O Brasil está entre os 13 países que conseguiram recuperar a detecção de casos de tuberculose após a pandemia de Covid-19. A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que, em 2022, cerca de 105 mil brasileiros adoeceram de tuberculose, dos quais 87.344 foram diagnosticados e tratados. Isso representa 83% de detecção – um aumento de 9,5% em relação a 2021, quando o índice foi de 75,8%. Para a OMS, este é um avanço essencial para acelerar o tratamento dos pacientes.
Ainda considerada a segunda principal causa de mortes por um agente infeccioso em 2022, atrás apenas da Covid-19, a tuberculose resultou em 1,3 milhão de óbitos naquele ano. A doença possui notificação compulsória no Brasil, abrangendo pacientes atendidos tanto pelo setor público quanto pelo privado.
Tratamento incompleto
O relatório da OMS revelou também que boa parte dos brasileiros não conclui o tratamento, que dura entre seis e 18 meses. Em 2021, apenas 65% dos diagnosticados completaram o tratamento e foram curados. A tuberculose é uma doença crônica, com sintomas como tosse prolongada, perda de peso e febre vespertina. A detecção tardia pode levar os pacientes a procurarem ajuda em estágios avançados da doença.
Professora de enfermagem da Estácio, Adriana Rodrigues destaca que o tratamento incompleto pode resultar em um fortalecimento do vírus. Por outro lado, a incorporação do medicamento Pretomanida ao SUS reduz o tratamento da tuberculose resistente de 18 para seis meses – uma redução de quase 70%. Aplicado via oral, o medicamento facilita a adesão dos pacientes, além de representar uma economia estimada de R$ 100 milhões até 2028.
O Brasil tem como meta reduzir a incidência de tuberculose para menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2030. Em 2022, a incidência foi de 36 por 100 mil. Para atingir essa meta, o diagnóstico precoce é essencial, o que aumenta as chances de cura, especialmente entre as populações mais vulneráveis.
Adriana destaca que há dificuldades em fazer com que a população procure ajuda para diagnosticar a tuberculose, principalmente em municípios menores. “De um modo geral, o paciente suspeito de tuberculose procura a unidade de saúde quando já está perdendo peso, bem debilitado. Antes disso, ele pensa que se trata de um resfriado”, comenta.
De toda forma, continua a docente, a porta de entrada é a unidade básica de saúde, onde o médico solicita um teste de baciloscopia (teste do escarro), a partir do qual se pode detectar a doença. Outros exames laboratoriais, como a ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética, ajudam a identificar a tuberculose e o nível da enfermidade.
Foto: Divulgação
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