O Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e a Universidade do Vale do Taquari – Univates desenvolveram as estimativas preliminares das áreas urbanas que foram inundadas durante a cheia do Rio Taquari-Antas, ocorrida entre 4 e 5 setembro de 2023.
Por meio da prática de uma ciência colaborativa com a população local, a comunidade também pode auxiliar na compilação das informações enviando registros de onde a cheia chegou. O objetivo é criar um “Mapa Cidadão” com as informações que, posteriormente, servirão para embasar estudos científicos.
Comunidade pode contribuir com um Mapa Cidadão
A UFRGS e a Univates estão realizando uma ação de ciência cidadã por meio da qual toda a comunidade regional pode auxiliar no mapeamento das áreas afetadas pela cheia. Clique aqui para ver como funciona ou confira as instruções abaixo.
WhatsApp do Mapa Cidadão: 555133088180
1) Caminhe com o celular pela rua ou terreno aberto até o local em que você sabe que foi o limite da inundação.
2) Abra o Whatsapp na conversa com o Mapa Cidadão.
3) Clique no clipe e escolha “Localização”.
4) Escolha “Localização Atual”.
5) Pronto! Você contribuiu para o Mapa Cidadão.
Ciência cidadã
A atividade é uma oportunidade de a população local participar do processo científico. A ciência cidadã, também conhecida como “ciência participativa” ou “ciência comunitária”, é uma abordagem colaborativa na qual membros do público em geral, muitas vezes sem formação científica formal, participam ativamente do processo científico.
Isso envolve a coleta, análise e interpretação de dados científicos, bem como a contribuição para a formulação de perguntas de pesquisa e a disseminação dos resultados. No caso em específico, a comunidade local do Vale do Taquari e áreas do entorno que foram afetadas pela cheia podem participar munindo os pesquisadores de dados que, sem a participação das pessoas, seriam de difícil acesso devido à amplitude do mapeamento que está sendo proposto.
Neste contexto, são muitas as possibilidades da ciência cidadã, entre elas:
1. Envolvimento da comunidade: a ciência cidadã incentiva a participação ativa da comunidade na coleta de dados e na geração de informações científicas. Neste caso, os residentes locais são convidados a contribuir com seus próprios conhecimentos sobre as áreas inundadas, o que aumenta a precisão e a abrangência das estimativas.
2. Ampliação da capacidade de coleta de dados: a participação da comunidade amplia significativamente a capacidade de coleta de dados em situações como essa. Os moradores locais têm um conhecimento regional e podem fornecer informações que podem ser difíceis de obter por outros meios.
3. Engajamento público: a iniciativa cria uma oportunidade para o envolvimento do público em geral no processo científico. Isso não apenas aumenta a conscientização sobre questões relacionadas a cheias e gestão de recursos hídricos, mas também promove a alfabetização científica da comunidade.
4. Colaboração entre acadêmicos e comunidade: a parceria entre instituições acadêmicas como a UFRGS e a Univates e a comunidade local é um exemplo de como a ciência cidadã pode promover a colaboração entre pesquisadores profissionais e cidadãos em geral. Essa colaboração mútua fortalece a pesquisa e os resultados científicos.
5. Utilização dos dados para embasar estudos científicos: os dados coletados pela comunidade local podem ser usados como base para estudos científicos mais abrangentes sobre cheias e gestão de recursos hídricos na região. Isso demonstra como a ciência cidadã pode contribuir para a pesquisa científica tradicional, eventualmente estendendo esse impacto para geração de políticas públicas e ações de abrangência comunitária.
Foto: Elise Bozzetto