Por César Anderle
Quando estamos em apuros, clamamos por Deus. Muitas vezes, nem mesmo por estar em situação de risco, simplesmente exaltamos em vão o nome Dele.
Depois de recebermos de Deus o que precisamos, somos tentados a dispensá-lo. Não queremos mais que ele nos corrija e nos dirija. Naturalmente, somos mais receptivos a Deus quando estamos vulneráveis.
Pense comigo: o ser humano deixado por conta própria tende a seguir seu próprio caminho. Sendo assim, ele tem gratidão pela fartura, autossuficiência e se orgulha, depois vem o afastamento da religião, de Deus, decide por viver uma vida sem consciência da presença divina e acredita muito que não existe o juízo final.
Com o passar dos anos, com a experiência e o desgaste natural do corpo, a “ficha” vai caindo e este ser se sente enfraquecido e inicia um novo pensar na espiritualidade, na busca pelo divino. Então, talvez surja o arrependimento pelo passado.
As nossas atitudes são observadas por Deus e pelas pessoas ao seu redor. Falsa ideia de que mesmo distante de nossos parentes, amigos, conhecidos, não estamos sendo vigiados, a nossa alma nos observa. O que podemos entregar quando ela nos questionar?
Sabemos que a fé é individual, ninguém será salvo porque eu ou você queremos que sejamos, independente se cremos ou não.
Acreditamos na fé que, muitas vezes, deve ter sido inserida, plantada e regada por nossos pais, em nossa infância e que, com o passar do tempo, foi esquecida num passado remoto do nosso viver. Mas, talvez, a fé tenha ressurgido no presente, numa viagem, em um retiro espiritual, em uma vivência individual. A fé desperta quando menos percebemos.
Nunca é tarde para se encontrar com o nosso próprio eu, Deus presente em ti, em mim; e traçar um novo caminho de liberdade de espírito.
A salvação não depende somente de nós, com certeza, mas podemos buscá-la, semeando e despertando também em outras pessoas.
O tempo em que estamos vivendo, neste mês importante para os cristãos, pode nos proporcionar essa abertura de espiritualidade. Quem sabe, nossos atos de solidariedade, de amor e de carinho, nos ajudem a interceder por quem necessita, não somente de objetos, mas de calor humano e palavras de conforto. O menino Jesus está por nascer novamente!