Em encontro com empresários e lideranças regionais realizado na CIC Caxias, a presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), Marijane Paese, defendeu investimentos em feiras, inovação e parcerias público-privadas com formas de oportunidades de crescimento econômico para a Serra. A programação ocorreu dia 24 de outubro.
Ao lado dos executivos Mauro Bellini, membro do Comitê de Estratégia e Inovação da Marcopolo, e Sérgio L. Carvalho, CEO da Randoncorp, Marijane participou da quarta edição do Mapa Econômico do RS. O painel “Desafios e Oportunidades Econômicas para Região Serra, Campos de Cima da Serra, Hortênsias, Vales do Caí e Paranhana” foi mediado pelo jornalista Guilherme Kolling, editor-chefe do Jornal do Comércio, promotor do evento.
A presidente do CIC-BG destacou que as feiras são propulsoras de negócios e devem ser trabalhadas para de modo regional para trazer investimentos às propostas. “É isso que promove o nosso desenvolvimento e, principalmente, nos une como região, fortalece e potencializa as diversidades regionais, oportunizando incentivar cada vez mais o turismo regional. Precisamos ter esse olhar de como investimos nas nossas feiras de negócios”.
A empresária também destacou que a região é um lugar apto para inovar, pois a região é altamente empreendedora. “Temos os valores na região do progresso e do desenvolvimento, então aqui é o lugar certo para empreender”, disse, citando a necessidade de haver mais incentivos em PPPs. “Isso atrairia maiores investimentos para a região e nos ajudaria a acompanhar as mudanças, já que não estamos acompanhando adequadamente esse processo para crescermos mais como região”, opinou.
Marijane falou, ainda, sobre os desafios para o desenvolvimento econômico regional, destacando como um dos principais gargalos a falta de mão de obra qualificada. “Quem promove a inovação não é a tecnologia, ela é um meio. Quem promove a inovação são as pessoas. Se não enfrentarmos urgentemente o problema de mão de obra qualificada, teremos um grande gargalo das empresas nos próximos anos, um entrave para o desenvolvimento”. Ela citou o turismo como desafio e oportunidade para o Estado. Para ela, é preciso aproveitar o fato de o RS ser o segundo destino preferido do Brasil. “Precisamos tirar as barreiras entre os municípios e, como região, nos organizarmos com novas rotas turísticas, trazendo novos perfis, evidenciando outros movimentos do turismo, não apenas o vinícola. É um grande desafio como região para nos transformarmos numa potência em termos de turismo aqui no Estado”.
Outro importante ponto de dificuldade regional é o imposto seletivo trazido pela reforma tributária, que classifica o vinho como prejudicial à saúde, prejudicando ainda mais o setor vitivinícola da região. “Isso vai tirar ainda mais a competitividade do setor, já prejudicado pela alta carga tributária”, analisou.
Essa foi a quarta edição do projeto Mapa Econômico do RS, promovido pelo periódico da Capital para comemorar seus 90 anos, a fim de traçar um panorama das cadeias produtivas nas diferentes regiões do Estado. Antes de Caxias, o evento passou por Pelotas, Santa Cruz do Sul e Passo Fundo. O próximo destino será Porto Alegre.
Foto: Exata Comunicação, Viviane Somacal