A ampliação do uso da vacina Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, foi aprovada no início da tarde de ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para a faixa etária de 6 a 17 anos. Até então, a vacina Comirnaty, desenvolvida pela Pfizer, era a única liberada pela agência para aplicação em crianças e adolescentes.
A notícia é muito positiva, segundo Eduardo Medeiros, infectologista e docente da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), pois a vacina é fabricada com tecnologia do vírus SARS-CoV-2 inativado. “As experiências positivas com vacinas desse tipo são amplamente documentadas na literatura científica, caso da vacina com o vírus injetável contra a poliomielite. É uma tecnologia segura com que temos experiência”, pontua.
Medeiros explica que essa tecnologia permite que o vírus seja inativado ou pelo calor ou por componentes químicos, o que impede que o patógeno se multiplique no corpo do paciente. Quem recebe um imunizante com essa plataforma, caso da Coronavac, tem uma resposta imunológica mais branda, com menos efeitos adversos e, por isso, mais segura para as crianças.
A vacina da Pfizer, elaborada a partir do RNA do coronavírus, é a primeira da história com essa tecnologia. “Foram feitos todos os estudos e comprovados os resultados positivos em crianças. Mas, utilizada em grandes populações, efeitos adversos não observados nos estudos clínicos de fase 3 podem surgir”, complementa.
Segundo o infectologista, a Coronavac tem ainda outra vantagem: evitar erros de dosagem que podem prejudicar a eficácia da vacina e mesmo a logística para a compra. No caso da vacina infantil da Pfizer, mudam a dosagem, a composição e a concentração das administradas em adultos. “A Coronavac não exige essa adaptação. Além disso, o intervalo de aplicação recomendado entre uma e outra dose permanece o mesmo – em média, 28 dias”, finaliza.
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