O termo linfoma é usado para designar vários tipos de câncer que se originam nos linfócitos, células que desempenham papel crucial no funcionamento do organismo. Ele se dissemina através do sistema linfático e da via sanguínea.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença foi responsável por mais de 5 mil óbitos no Brasil somente em 2019. A estimativa é de que, neste ano, sejam registrados mais de 14,6 mil novos casos.
Dr. Marcelo Bellesso, hematologista coordenador da área de linfomas da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, destaca que os linfomas podem acometer qualquer parte do corpo e têm no seu diagnóstico o desafio inicial.
Cada tipo de linfoma se comporta de maneira completamente distinta, podendo fazer parte ainda de dois subgrupos: Linfoma de Hodgkin (LH) e Linfoma não Hodgkin (LNH). “Por isso, é tão importante falarmos mais a respeito, pois tanto a identificação dos sintomas como a detecção e o tratamento são bastante distintos entre si”, explica.
As diferenças estão presentes através do padrão de crescimento celular, do tipo de célula envolvida e de como a doença se manifesta. Portanto, o médico patologista, em conjunto com o hematologista, são os responsáveis por concluir o diagnóstico baseado na avaliação do paciente, combinada com a biópsia e sua complementação chamada imuno-histoquímica.
Os Linfomas de Hodgkin apresentam maior incidência entre 20 e 30 anos e após os 50 anos. Embora existam exceções, geralmente notamos aumento das ínguas (caroços) superficiais no pescoço, axilas e virilha. Por vezes, essas ínguas podem crescer dentro do tórax (mediastino), abdome ou pelve, sendo diagnosticados através de exames de imagem como o PET-CT e a Tomografia Computadorizada. As ínguas superficiais são comumente indolores.
Em relação aos Linfomas não Hodgkin, há dezenas de diversos subtipos. Eles podem se desenvolver de maneira extremamente agressiva ou de forma lenta, chamados indolentes. Além disso, podem estar presentes tanto nas ínguas (linfonodos) como em qualquer tecido do nosso organismo.
Entre os sintomas que podem ajudar a identificar o problema, Dr. Marcelo destaca a febre no final da tarde, suores noturnos excessivos, coceiras na pele, cansaço e perda de peso sem motivo aparente. Vale lembrar que estes sinais são comuns a diversas outras enfermidades, portanto, é fundamental procurar um médico para investigar a causa.
O hematologista ressalta que o diagnóstico é realizado por meio de biópsia, ou seja, análise de um tecido retirado cirurgicamente ou pela remoção de uma parte da região afetada por uma agulha grossa. Este material retirado será avaliado no laboratório pelo médico patologista determinando, então, o tipo e subtipo do linfoma e direcionando o melhor tratamento a ser realizado.
Ele reforça, ainda, que se detectado em estágio inicial, melhoram as perspectivas de resposta ao tratamento e, em muitos casos, aumentam a possibilidade de cura.
“Quando falamos sobre o tratamento, temos um arsenal de possibilidades, de acordo com o tipo de linfoma, condições do paciente, exposição a tratamento prévio, entre outros. Podemos utilizar quimioterapia, imunoterapia, inibidores de pequenas moléculas, transplante de medula óssea ou, em certos casos de linfomas indolentes, apenas a observação e seguimento clínico”, reitera Dr. Marcelo.
Por isso, finaliza o especialista, é muito importante uma excelente relação entre médico e paciente, para que todas essas dúvidas sejam muito bem esclarecidas.
Sobre a Rede de Hospitais São Camilo
Especializada na assistência em saúde baseada em valor, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 6 unidades, que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade e transplantes de medula óssea. São 3 unidades de hospital geral, 1 especializada em oncologia e 2 em reabilitação e cuidados paliativos. A Rede conta também com um Núcleo de Pesquisa Clínica que é referência no país, sendo considerado Top Recruitment – o maior recrutador de pacientes com mais de 40 estudos patrocinados na área de Oncologia.
Os hospitais privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela Sociedade Beneficente São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros.
No Brasil desde 1922, a Sociedade Beneficente São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.
Imagem: ABCfarma