Sou Roque JR, escritor e editor. Desde o ano 2000 publico livros. Até agora são 65. Em breve, vou disponibilizar o livro Primeiros meses de Pedro, grátis, em PDF. Na próxima edição do Fórum Social das Resistências, reagendada para ocorrer em abril deste ano, em Porto Alegre, no Parque da Redenção, vou distribuir 650 exemplares de dois livros, de minha autoria.
A escrita me ajudou a enfrentar a bipolaridade. O ano passado foi muito produtivo. Consegui canalizar minha escrita em outros temas, como o livro sobre o neto Pedro, que nasceu em junho de 2021. Os concursos foram ótimos momentos de aprendizagem. Me preparei por cinco anos para participar da 63ª edição do Prêmio Nacional Jabuti 2021, o mais importante da Literatura Brasileira.
Foram oito internações em manicômios, entre 1990 e 2007. O quadro começou a reverter em 2009, através de acompanhamento psicossocial, sessões semanais com psicóloga e uso de medicações mais avançadas. Sou contra a internação de pessoas portadoras de distúrbios mentais.
A militância junto à Luta Antimanicomial nas recentes décadas reforçou o meu posicionamento sobre a internação de qualquer pessoa em manicômios ou comunidades terapêuticas. Os Centros de Atendimentos Psicossociais (CAPS) e outros serviços substitutivos podem ser utilizados em busca da ressocialização.
Familiares de pessoas com algum problema de saúde mental acabam, com pouco amparo, se esgotando, a ponto de “querer” a internação de seus entes. Os CAPS estão recebendo poucos investimentos, tanto financeiros quanto de pessoal. As oficinas terapêuticas nos CAPS, de música, teatro, literatura e as de educação física, entre outras, aliadas aos serviços substitutivos, promovem melhoras em saúde mental. Em muitos municípios do Brasil, os serviços substitutivos evitam a internação em hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas. Vale lembrar que a Lei Estadual de Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, que nesse ano completa três décadas de criação, e a Lei Nacional, que completou duas décadas no ano passado, têm o objetivo de, gradativamente, eliminar os manicômios e ampliar os serviços substitutivos para o cuidado em liberdade das pessoas que tenham algum problema em saúde mental.
Durante minha vida foram centenas e centenas de ótimas coisas que ocorreram. Muitas delas, com muita preparação. Outras, meio que naturalmente. Outras ainda sem a menor ideia que iriam ocorrer. Mas, também houveram as interrompidas.
Algumas planejadas por longos anos, outras por poucos meses, mas raras tiveram um viés “utópico”.
Muitas das vezes fui obstinado por algumas das metas e, por incrível que pareça, chegaram a ser superadas antes mesmo da efetiva realização.
Muitas outras foram se concretizando ao decorrer dos meus mais de 50 anos, com pouco esforço, quase que “dadas de presente” pelo cotidiano.
Sou motivo de orgulho para muitas pessoas, em especial às duas pessoas que mais admirei, meu pai e meu avô materno, ambos falecidos.
Meu pai, seu Adelino, se orgulhava muito de atividades literárias. Meu avô, seu Abílio, se gabava junto a amigos, que eu era conhecido até pelo Prefeito de Farroupilha (RS), que me chamava pelo nome.
Meu pai procurava não demonstrar nitidamente seu orgulho, mas era notado por quem o conhecia. Sem contar centenas de outras pessoas que têm sentimento de gratidão ou de orgulho por minhas atividades em geral, no decorrer da vida, mas eu precisaria diversos capítulos para citar todas.
Poderia aqui citar tantas atividades realizadas, que me deixaram muito contente. Creio que sempre, até a previsão de meus 106 anos de vida, irei manter muitas atividades prazerosas, que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa.
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