Larvas do mosquito transmissor da dengue estão sendo encontradas em todos os bairros de Bento Gonçalves
Desde 2010, o município de Bento Gonçalves é considerado infestado pelo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Entre 2021 e 2022, a proliferação se acentuou, atingindo agora todos os bairros da cidade. A afirmação é da médica veterinária da Vigilância Ambiental, Analiz Zattera. Ela acrescenta que também estão sendo detectados focos do mosquito em comunidades do interior.
Nos primeiros quatro meses deste ano, a Vigilância registrou um óbito ocasionado por dengue e mais de 20 casos da doença em moradores da cidade que não estiveram viajando. A Secretaria Municipal da Saúde, através de uma equipe de Agentes de Endemia, formada por vinte pessoas, tem atuado em várias frentes para conter a proliferação do mosquito. Foram instaladas 100 armadilhas em bairros da cidade para detectar a presença de larvas. No último mês de março, em 76 dessas armadilhas, denominadas ovitrampas, foram encontrados óvulos infectados, depositados pela fêmea do mosquito.
Também ocorreram pulverizações, chamadas fumacês, em bairros onde haviam moradores que contraíram a doença. Ainda nesses bairros, foi realizada a operação Bota Fora, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, para recolhimento de entulhos. Além disso, a equipe trabalha em ações preventivas, com visitas de esclarecimento sobre formas de prevenção a continuidade da proliferação do inseto, feita a moradores de bairros de risco e a escolas, entre outros locais.
A médica veterinária da Vigilância Ambiental ressalta que as ações pontuais nos bairros estão fazendo a diferença. Ela acrescenta que a população dever fazer a sua parte, descartando qualquer objeto que possa estar servindo de abrigo para um possível criadouro do mosquito. “O trabalho mais importante e eficaz é a diminuição dos depósitos que acumulam água no ambiente. Depois que uma região se torna infestada, dificilmente será possível erradicar o mosquito. Devemos diminuir os locais de proliferação, para reduzir a quantidade desses insetos”, acrescenta ela. Analiz acentua ainda que a população pode se proteger das picadas do mosquito, que ataca durante o dia, usando repelentes, tanto corporal como ambiental.
Foto: Rodrigo De Marco