Foram inúmeros os impactos gerados pela pela Covid-19 e um deles foi sentido diretamente na saúde mental, que teve uma piora de 53% entre os brasileiros, segundo uma pesquisa divulgada pelo portal de notícias BBC. Paralelo a este aumento e por consequência dele, a adoção de pets subiu mais de 10% no país.
Com o isolamento social, muitos brasileiros foram em busca de pets para suprir a solidão. De acordo Fernanda Rabaglio, CEO da Matilha Brasil, empresa especializada em marketing de influência pet, ter um animal de estimação passou a ser uma opção para quem não tinha tempo e, com a pandemia passou a estar mais em casa, como também para quem sentia falta de uma companhia durante o home office, por exemplo.
“Ter um pet pode ser um modo de ter apoio emocional para trabalhar equilíbrio, redução de ansiedade e tratamento de depressão, por exemplo. Isso acontece por vários motivos, mas sobretudo, porque o pet te desvia de focos de stress como, trabalho, estudo, pandemia e finanças”, comenta Fernanda, que tem uma rotina diária com seus pets e afirma que seu cão de apoio emocional foi fundamental para os cuidados da sua saúde mental.
Fernanda conheceu a TAA (Terapia Assistida por Animais), indicada pelo seu médico em 2016. Foi então que Prince e Maya, dois cães da raça Chow Chow, chegaram à sua vida. “Eles preencheram a casa de vida, alegria, novas atividades e rotina. Hoje, a Maya me acompanha onde vou e é sensível ao ponto de reconhecer alegrias, tristezas e é capaz de reconhecer quando preciso de uma pata amiga”, conta a CEO.
Com a chegada dos dois primeiros chow chows, Fernanda passou por duas transições na sua vida. A primeira foi o abandono de medicações e melhoria de saúde. E a segunda veio com os testes de Instagram e o perfil deles, @ursinhoschowchow, que ganhou força, cresceu e a conduziu a uma migração de nicho na produção de conteúdo, deixando o Turismo para atuar no Mercado Pet, entre 2017 e 2019.
“Desde 2019 estou 100% dedicada à Matilha Brasil e aos Ursinhos Chow Chow, trabalhando com animais e tendo os meus pets e o meu animal de apoio emocional, como dupla de criação e parceira de vida, deixando para traz também as medicações para depressão”, comemora, Fernanda.
Hoje, ela mantém uma rotina com o seu pet como, realizar caminhadas, o que a ajuda a lidar não só com a ansiedade e o stress diário, como também mantém os sinais da depressão mais distantes do seu dia a dia. Além disso, sua experiência positiva com seu cão de apoio fez com que ela passasse a se dedicar 100% a sua empresa de marketing de influência voltada ao mercado pet, a Matilha Brasil.
“Em alguns momentos do dia você para tudo e se dedica ao animal com brincadeiras, cuidados com a alimentação e ainda faz atividade física com ele nos passeios. Tudo isso ajuda a relaxar o corpo e a mente, trazendo qualidade de vida e muito carinho”, comenta Fernanda.
Animais de apoio
Um animal de estimação, como ressalta Fernanda, desvia focos de stress e auxilia na saúde mental do tutor, já o animal de apoio emocional vai além disso, ele precisa da sensibilidade e percepção do seu tutor em uma conexão muito profunda de conhecimento recíproco, além de um adestramento básico para convívio em sociedade, que conta com dessensibilização de estímulos a possíveis sustos e situações de stress.
Um pet de apoio emocional pode ser suporte em vários momentos, a depender das necessidades de cada um. “Há pessoas que têm pânico de visitar lugares novos sozinhas ou com muita gente, como no centro da cidade. Nestes casos, o cão é suporte em companhia, faz a pessoa não se sentir sozinha e dá conforto, abrindo caminho, guiando e transmitindo boas energias”, observa a CEO.
Sendo assim, a escolha do animal de apoio emocional é relativa e deve estar diretamente relacionada ao dia a dia de cada um. No Brasil, usualmente, usa-se o cão como animal de apoio emocional por ser uma espécie que é facilmente treinada para convívio em sociedade. Contudo, a escolha vai muito além da facilidade de adestramento. “Um pet de apoio passa pela necessidade de ser um animal que agrade o tutor. Sendo assim, se o objetivo é ser um apoio emocional e a pessoa tem medo de gatos, não faz sentido adotar um”, conclui Fernanda.