Apesar da baixa base de comparação com o ano passado, dados de janeiro a junho mostram que empresas seguem investindo em presença exportadora
As exportações moveleiras reagiram de modo favorável no primeiro semestre de 2021 em comparação ao mesmo período do ano passado, considerado o pior da história para os embarques de móveis. Embora a base de comparação seja baixa, de janeiro a junho deste ano as empresas moveleiras do polo de Bento Gonçalves exportaram US $34,4 milhões frente a US $19 em 2020 – incremento de 81,4%.
Os Estados Unidos estão consolidados como o principal destino dos móveis brasileiros, sejam produzidos no polo de Bento Gonçalves, no RS ou no Brasil como um todo. Em se tratando da produção local, destaque também para bons resultados registrados no Chile, Uruguai, Peru e Reino Unido. A Argentina não aparece mais no ranking dos 10 maiores importadores de móveis desse polo moveleiro. Os dados são originários do Comex Stat – portal oficial de estatísticas de comércio exterior do Brasil – e apurados pela Inteligência Comercial do Sindmóveis Bento Gonçalves.
As exportações do RS e Brasil no último semestre também tiveram trajetória positiva. Em relação à produção gaúcha, foram US$ 137 milhões exportados – incremento de 93,1% no período. Já no Brasil, as exportações chegaram a US$ 467,7, crescimento de 70,5% de janeiro a junho em comparação a igual período de 2020.
Presença exportadora
Mais do que oportuna, a presença da indústria moveleira no mercado externo reflete uma estratégia de competitividade e distribuição de risco. Quando as empresas se valem de uma estratégia coesa de exportações, elas conseguem se blindar melhor das oscilações no mercado interno, ao mesmo tempo, em que fazem frente à concorrência com empresas estrangeiras que ocorre também no território nacional.
O diretor Internacional do Sindmóveis, Cleberton Ferri, situa que a cotação média diária do dólar no primeiro semestre de 2021, comparativamente a igual período de 2020, cresceu quase 10% e se a comparação for com 2019 o incremento médio em 2021 é ainda mais expressivo, acima de 40%. Ou seja, se por um lado o custo de produção aumentou tendo em vista o desabastecimento gerado pela pandemia e os custos com frete, por outro lado há o ganho cambial que permite compensar mesmo que parcialmente a escalada dos custos.
Apoio do Sindmóveis
O polo moveleiro de Bento Gonçalves é o principal do país em número de empresas e peças produzidas, com aproximadamente 300 indústrias localizadas no município sede e também em Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O Sindmóveis fomenta, desde 1977, um cenário de desenvolvimento para o polo e o setor moveleiro nacional, seja por meio da representação sindical ou ações de apoio aos associados, articulação política, ações comerciais e programas inovadores.
O Sindmóveis, neste momento, trabalha em um Projeto Comprador com mercado-alvo Canadá, totalmente customizado às demandas e perfil do grupo de empresas exportadoras associadas. Ainda, tem atuado ativamente no desenvolvimento de toda a cadeira de mobiliário, garantindo ao setor que seus fornecedores de produtos e serviços estejam à frente no mercado global, levando para a indústria fabricante de móveis todo know-how e inovação. Destaque aos projetos de exportações Orchestra Brasil e Raiz, que contam com apoio da Apex-Brasil.
Principais mercados para as exportações do polo
#1 EUA
#2 Chile
#3 Uruguai
#4 Peru
#5 Reino Unido
#6 Colômbia
#7 México
#8 Arábia Saudita
#9 Porto Rico
#10 Panamá
Exportações 2019/2021
(a entidade não compara com o ano-base de 2020, pois era o auge da pandemia)
2019
BR – US$ 331.291.679
RS – US$ 90.709.913
Polo de Bento – US$ 21.158.715
2021
BR – US$ 467.765.944
RS – US$ 137.712.551
Polo de Bento – US$ 34.485.237
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