Na primeira mobilização a favor da reestruturação das carreiras da Polícia Federal (PF), foi realizado o chamado “Dia D”, nesta quinta-feira (26/10), com atos espalhados nas superintendências regionais e demais unidades da PF de todo o País. Em Brasília (DF), cerca de 200 policiais e servidores da PF se reuniram de manhã em frente à sede da instituição.
Os policiais e servidores administrativos da corporação denunciam a falta de compromisso do Governo Federal com a proposta de valorização das carreiras. Um segundo ato deve ocorrer em 8 de novembro, durante a sessão solene na Câmara dos Deputados. Já no dia 16 de novembro, também está prevista uma paralisação em frente ao Ministério da Justiça, em Brasília, e nas unidades da PF de todo o País.
Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro, o atual governo repete o mesmo descaso e a falta de prioridade com os policiais federais que marcaram o governo anterior. “De fato, a PF tem trabalhado. É preciso que o governo reconheça que esse trabalho tem que refletir em melhorias para os servidores da Polícia Federal. É preciso valorizar o servidor da PF porque o trabalho só existe porque existem esses policiais federais e servidores administrativos. Mais uma vez, como tivemos no governo passado, o que estamos vendo é um descaso do governo federal”, afirma Leiro.
Uma reunião para tratar do tema com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Lopez Feijó, estava prevista para ocorrer em 16 de outubro. No entanto, a agenda foi cancelada sob a justificativa de que o governo ainda não teria encontrado uma solução orçamentária para a implementação da reestruturação das carreiras da PF. O próprio Diretor-geral, Andrei Rodrigues, também teve reunião com a Ministra Esther Dweck (MGI) nesta semana e não houve qualquer avanço. Fontes da PF afirmam que houve grande frustação e indignação por parte da direção-geral.
O adiamento do encontro foi o estopim para os policiais e servidores da PF aprovarem um calendário com diversas mobilizações. Caso nada seja implementado pelo Executivo, é possível que haja uma greve geral. “Nada está descartado. É preciso que a gente espere os próximos passos, espere a reação do governo federal. A direção geral está trabalhando para que efetivamente seja implementada essa reestruturação, mas não podemos descartar nada, porque não é mais possível aguentar, como foi no governo passado, que novamente aconteça a mesma coisa”, destaca o presidente da ADPF.
Foto: Divulgação ADPF
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