Pessoas físicas e jurídicas podem se voluntariar em apoio às entidades necessitadas
Não teve segmento que passou ileso à pandemia – até mesmo o voluntariado sentiu os efeitos das restrições impostas como forma de conter a doença. Agora que as flexibilizações começam a se consolidar na rotina, é hora de retomar, também, as ações sociais de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Por isso, a ONG Parceiros Voluntários, braço benemérito do Centro de Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), redobra esforços naquele que é seu propósito: ligar quem precisa de auxílio a quem está disposto a ajudar.
“Além das dificuldades enfrentadas antes da pandemia, os vários meses de crise sanitária que o país enfrenta agravaram problemas sociais que já eram recorrentes. O voluntariado tem importante papel nesse contexto”, explica a coordenadora da ONG em Bento Gonçalves, Angélica Somenzi.
Pessoas físicas e jurídicas podem atuar como voluntários, seja na contribuição de valores para a entidade dar continuidade nos projetos ou, também, em atividades que necessitam da ação humana do próprio voluntário. Para ser voluntário da ONG como Pessoa Física, o interessado precisa fazer um cadastro, que pode ser feito pela internet, de onde ela estiver. Logo após o cadastro, a Parceiros entra em contato para fazer a Reunião de Conscientização com o interessado e explicar os processos, a fim de direcionar o voluntário à entidade que necessita.
Já o voluntário como Pessoa Jurídica também realiza o cadastro no site da ONG e passa pelos mesmos processos e pode abrir espaço para que a Parceiros dialogue diretamente com os colaboradores, a fim de que sejam solidarizados com os trabalhos voluntários. A empresa pode construir um projeto voluntariado dentro da própria empresa, ou orientar que os funcionários atuem nos projetos fora ou dentro de seu horário de expediente.
Voluntariado transforma
Desde que se aposentou, há cerca de cinco anos, Zaira Piletti tem procurado ocupar parte do seu tempo com atividades voluntárias – desejo de ajudar que só fez crescer com o que via acontecendo com a sociedade em função da pandemia. “Ficava comovida com a difícil situação, agravada pela pandemia, vivida por tantas pessoas, passando por todo tipo de necessidade. Não pude ficar indiferente, especialmente por saber que o voluntariado era, e é, capaz de amenizar esse sofrimento”, conta.
Por orientação da Parceiros Voluntários, onde já era inscrita, procurou o Centro Social São Roque (na ocasião, uma das entidades assistenciais que seguia aberta, mesmo com restrições, em tempos de pandemia. “Era a minha oportunidade de tentar, de alguma forma, fazer parte da solução de algum problema que fosse”. Zaira transformou o desejo de ajudar em ações concretas, trabalhando na confecção de roupas infantis, que posteriormente eram doadas, através da Parceiros Voluntários, a famílias carentes. Além disso, oferecia reforço escolar gratuito para crianças do ensino fundamental com dificuldades de adaptação ao ensino à distância e aulas virtuais.
“Conheci pessoas novas e aprendi com elas. E nada como estar com pessoas que tenham ideias semelhantes às suas; com quem você pode se engajar e fazer a diferença, mínima que seja”, relembra. Além do aprendizado, o voluntariado traz outros benefícios. “O serviço voluntário traz recompensas físicas e mentais. Existe um sentimento inestimável de satisfação que advém do fato de você ajudar um indivíduo ou uma comunidade através de suas contribuições voluntárias. Isso renova as suas habilidades, gerando crescimento pessoal e autoestima”, atesta Zaira.
Ações fazem a diferença para quem recebe
Durante o período da pandemia, especialmente em 2020, a Ação Social São Roque precisou suspender as atividades presenciais da entidade, aquelas que envolviam recebimentos de grupos para fortalecimento de vínculos e convivência social. “Mas, ao mesmo tempo, as pessoas e as famílias continuavam precisando dos alimentos”, relembra Vânia Kratz Mendes, presidente da Ação Social São Roque, em atividade de enfrentamento à pobreza no município desde abril de 1969.
A disposição de voluntários – como Zaira e uma legião de outras pessoas comprometidas com o próximo – fez a diferença para manter os serviços assistenciais oferecidos a quem precisa, apesar das diversidades. “A cada mês, montamos cerca de 140 cestas básicas com alimentos não-perecíveis que recebemos das pessoas da comunidade. Houve períodos em que foram mais, outros menos, mas nunca deixamos de ajudar”, diz Vânia.
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