O Inova Bento encerrou sua agenda de conteúdos do ano compartilhando dicas para adentrar em 2024 com maior capacidade de inovação em encontro realizado na manhã de 19 de dezembro. Protagonizado pelo consultor de Marketing e ex-sócio da Perestroika Guilherme Piletti e pelo CEO da Atria Design e Inovação, Matheus Paixão, o bate-papo para tratar de criatividade e inovação foi proposto a partir da interação com o público, que recebeu post-its no início da palestra para escrever neles os temas que lhe interessavam.
Fixados na parede, eles serviram de roteiro para a conversa. Um dos temas mais debatidos foi a máxima “pensar fora da caixa”. “Quero fazer uma contestação. Entendo que existe essa preocupação de pensar diferente, mas a expressão é um tanto prejudicial para a criatividade, porque não é possível sair da nossa própria caixa. Essa ideia traz a noção de que, em algum momento, vamos acessar alguma coisa que está fora, quando na verdade nada do que a gente vai ter como recurso criativo vai estar fora. Tudo é parte da nossa caixa”, disse Piletti.
Para ele, a criatividade depende, basicamente, de três aspectos –repertório, conexão e problema – e acontece sempre. “Criatividade é tomada de decisão, ela sempre parte de uma situação que vai exigir que tenhamos um tipo de pensamento, ela não acontece só quando estamos nos nossos melhores dias. Para resolver o que precisamos resolver, só conseguimos através do nosso repertório pessoal e da conexão delas. Nós não acessamos conhecimento que não temos. Por isso, a gente não sai da caixa, o que podemos fazer é melhorar ela”, opinou.
Os temas da conversa também passaram por encontrar soluções a problemas, no qual ele citou a importância do design thinking. Para entender, precisamos analisar, e isso significa abrir o problema, e vou trazendo questões, mesmo que não pareça fazer sentido. Não se julga a fase de análise, porque é a fase mais criativa, e mesmo que seja algo que esteja muito longe, já estimula a gente a pensar em outras coisas. Depois que vamos para uma base de fechamento, a excluir o que está sobrando, a colocar orçamento, fazer a síntese. Assim, todo grupo trabalha com a mesma perspectiva”, disse.
Outros conceitos abordados pelos palestrantes enveredaram pela inovação. Piletti destacou que a maioria das pessoas tende a pensar a inovação como algo disruptivo, quando na verdade isso é mais incomum. O mais corriqueiro é que haja inovação incremental. “São pequenas inovações, é entender que, às vezes, nós não vamos transformar o modelo de negócios, não vamos mudar tudo, vou criar coisas que incrementem o que eu estou fazendo”, disse.
A discussão também abrangeu o questionamento sobre iniciar um negócio. “Precisamos nos apaixonar pelo problema, não pela ideia”, disse Paixão. “Nós temos a tendência de achar que a nossa ideia vai ser a ideia da década, e o que percebemos é que as ideias vão mudando, mas o problema se mantém lá, e se apaixonando pelo problema tu vais ter várias ideias no decorrer do processo”, continuou. Piletti destacou que o estágio do mínimo produto viável (MVP) é fundamental. “Aqui é quando a gente sai da zona de conforto. Ter uma boa ideia não vale nada até dar esse passo, de começar a experimentar essa ideia. No MVP começa a zona de inovação, porque começo a ver se isso vai ter público, se tem adesão, se o mercado paga por aquilo. É o mercado que tem que dizer se tua ideia é boa ou não, não você”, disse o ex-sócio da Perestroika.
Foto: Tiago Garziera
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