Na sociedade contemporânea, existem muitas mulheres definidas profissionalmente que não querem filhos. Outras querem apenas um, no máximo dois. A professora Margarete Zorrer Massolini, na contramão dessa tendência, teve três filhos: Sophia, hoje com 20 anos, acadêmica de Medicina, e os meninos Thomás, com 17 anos e o Pedro, com 13.
Seus filhos têm cerca de quatro anos de diferença entre um e outro. Porque, mesmo sabendo da demanda de tempo ocasionada por crianças e trabalhando fora, optou em ter uma família mais numerosa em relação à média brasileira?
Margarete – Sempre foi minha vontade ter uma família grande, como uma meta de vida, um sonho. Na verdade, eu tenho quatro filhos. Além dos três que estão comigo, tive um filho que não nasceu, mas que igualmente ocupa um espaço em meu coração. Adoro crianças e gosto da rotina que envolve todos os cuidados. Sempre fui muito incentivada pelos meus pais a ter minha profissão e ser independente, mas ser mãe foi a melhor experiência que eu poderia ter tido.
Como era o relacionamento entre eles na infância?
Margarete – O relacionamento entre eles foi bem tranquilo, cada um tem sua própria personalidade, que procuro respeitar. Sempre fazíamos programas em família, houve muita convivência, brincadeiras e, também, brigas e desentendimentos. O diálogo sempre foi muito estimulado para resolver os conflitos entre eles. Também sempre procurei dar autonomia para que cada um seja responsável por suas atitudes.
Como é agora?
Margarete – Apesar de terem passado ou estarem passando pela adolescência, o relacionamento entre eles continua sendo tranquilo. São responsáveis, saem sozinhos, mas sempre sabemos onde e com quem estão. De vez em quando, rola uma discussão e, na maioria das vezes, se entendem, se desculpam, se respeitam e são muito companheiros.
Sophia, por ser a primogênita, ajudava a cuidar dos manos?
Margarete – A Sophia sempre foi muito prestativa, nos ajudou com os manos, mas os três me ajudam em casa. Eles têm tarefas diárias para cumprir desde pequenos. Dessa forma se valoriza qualquer tipo de trabalho e se aprende a ter responsabilidade.
Você, seu marido Volnei e seus três filhos costumam viajar para outros países, em períodos de férias. Todos gostam de viajar?
Margarete – Todos nós gostamos muito de viajar e somos muito gratos por ter essa oportunidade de conhecer culturas diferentes da nossa. Cada viagem traz muitos aprendizados: costumes, culinária, religiosidade, estilos de vida, língua, e quando se conhece se aprende a respeitar.
Quando organizamos nossas viagens, procuramos contemplar toda a família, com alguns programas infantis. Mas nunca deixamos de ir a museus, templos, teatros e musicais porque eles eram pequenos e isso tornou-se um hábito na família, tanto que viajar para lugares históricos são os nossos roteiros preferidos.
E quando aparecem os perrengues (em todas as viagens tem) nossa união como família é inabalável e sempre conseguimos resolver de uma forma positiva.
Nessas experiências, algum fato inusitado?
Margarete – Fatos inusitados acontecem sempre e ficam muito vivos em nossa memória. Na Alemanha, quando passamos pelo sistema de segurança uma mala ficou retida. Ficamos uns 10 minutos sem saber o que estava acontecendo (alemão é indecifrável), até chegar uma atendente que falava inglês, pedindo para verificar a mala. Resumindo a história: a réplica da torre de tv de Berlim, que estávamos trazendo como lembrança, aparecia como se fosse uma arma no raio-x.
Por que o amor da maioria das mães é incondicional?
Margarete – O amor de mãe é incondicional porque é o amor na sua essência, é intenso, é tão forte que ultrapassa qualquer barreira. É um amor que independe de condição ou retribuição. Simplesmente se ama e se deseja que essa pessoa esteja bem, é um amor livre de qualquer julgamento, é respeitoso.
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Fotos: Arquivo Pessoal
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