A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS) registrou um novo recorde de 94,3% no percentual de famílias endividadas no mês de fevereiro. Divulgada pela Fecomércio-RS nesta quarta-feira, dia 09, o resultado superou a máxima registrada em janeiro (91,9%). Há um ano atrás esse percentual era de 74%.
O maior número de famílias endividadas da série histórica, iniciada em janeiro de 2010, veio acompanhado de nova alta do percentual de famílias com contas em atraso. Enquanto esse percentual era de 29% em janeiro deste ano, e de 24,8% em fevereiro do ano passado, passou a registrar 32,4% em fevereiro passado, maior valor desde abril de 2018 (40,7%).
Essa piora está relacionada à maior dificuldade encontrada pelas famílias que ganham menos de 10 salários mínimos em manter seus orçamentos equilibrados. Nesse grupo, o percentual passou de 27,3% (fev/21) para 32,4% em (fev/22). Já para o grupo de maior renda, o percentual foi de 15,5% para 6,4% no mesmo período. A análise econômica feita por economistas da Fecomércio-RS aponta que a alta do indicador é recente e sinaliza uma inadimplência mais dispersa entre as famílias, o que poderá num futuro refletir em spreads mais altos e condições mais restritas de acesso à crédito. A parcela da renda comprometida com dívidas também registrou aumento.
Apesar da piora no indicador de contas em atraso, o percentual de famílias que relatam não terem condições de quitar seus compromissos em atraso dentro dos próximos trinta dias foi de apenas 2,2%. Esse resultado só não é menor que a mínima histórica da série registrada no mês anterior (jan/22 – 2,1%). Esse indicador, conforme análises anteriores, evidencia o esforço das famílias em evitar de manter-se em uma situação de inadimplência, dada a importância de continuar acessando o mercado de crédito.
“Nos últimos tempos, experimentamos, mês após mês, recordes no percentual de famílias endividadas. O percentual de famílias com contas em atraso também tem aumentado. Num cenário de inflação alta e juros crescendo, isso acende um grande sinal de alerta”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Imagem: Edição do Brasil
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