Congresso Movergs reuniu o setor moveleiro em Bento Gonçalves

A 31ª edição do Congresso Movergs confirmou que é importante revisitar o passado para aprender e olhar para o futuro para sonhar, mas é no presente que temos a possibilidade de promover mudanças. Realizado no Parque de Eventos de Bento Gonçalves nesta quarta-feira (8), o encontro reuniu empresários, gestores e profissionais da cadeia moveleira em busca de aprendizado, inspiração e networking.

Na sua fala, o presidente da Movergs, Euclides Longhi, lembrou que o Congresso ocorre desde 1989 com o objetivo de levar informação e qualificação aos empreendedores – especialmente do setor de móveis. “Cada vez mais temos que estar atentos às mudanças que acontecem diariamente. Só assim conseguiremos acompanhar o ritmo deste mundo dinâmico e nos adaptarmos de forma rápida para melhor atender ao mercado e aos nossos consumidores”, disse.

O circuito de palestras iniciou com o economista chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes, que apresentou um panorama da economia em âmbito nacional e internacional. “A taxa de inflação é um problema no mundo inteiro e há um trabalho em termos de política monetária a ser feito”, destacou. Para o futuro, Nunes vislumbra um cenário moderadamente positivo. “A inflação deve atingir a meta até o final deste ano e continuar baixando no ano que vem. Os juros podem estabilizar pelo meio de 2024 e é possível chegar ao final do ano com a Selic a 9%”, completou Nunes.

Na sequência subiu ao palco Paulo Pedó, diretor na marca Melissa (grupo Grendene). Em uma apresentação inspiradora, Pedó abordou temas como posicionamento, branding, marketing, pesquisa de mercado, entre outros. “Erre rápido e pequeno. Aprenda com isso. O aprendizado com os erros permite inovação – e isso fica muito claro quando vemos a importância de prototipar antes de lançar algo. Temos pouquíssimo controle sobre as coisas da vida. Em vez de tentar adivinhar o futuro, tente ter uma empresa ágil e flexível para o que vier”, frisou.

Outro no 31º Congresso Movergs foi a Alia Inclui, startup que oferece soluções de acessibilidade para pessoas cegas e de baixa visão – como a leitura de códigos de barras para descrever produtos em supermercados. O painel foi apresentado pelas cofundadoras da Alia, Tatiana Duarte e Caroline Dall Acua, que enfatizaram a importância de cada vez mais segmentos aderirem à inclusão e acessibilidade. “Hoje temos tecnologia para levar pessoas ao espaço, mas milhões não conseguem frequentar o varejo de forma digna. Na nossa trajetória ouvimos bastante das empresas que elas não estão prontas, mas pergunto: o que falta, então? É preciso sentir a necessidade na própria pele? Não precisamos ser acometidos para fazer diferente”, refletiu Tatiana.

Uma das atrações mais aguardadas do evento, o psicanalista, psiquiatra, pensador e escritor Jorge Forbes incentivou os espectadores a refletirem sobre questões como identidade, humanidade e liderança. “A web horizontaliza as relações humanas. O primeiro erro que ouvimos sobre mundo horizontal é pensar que as pessoas são todas iguais. É exatamente o contrário. A horizontalidade que estamos atingindo neste momento não nos faz todos iguais, nos faz diferentes”, provocou.

Quem fez o encerramento do Congresso foi Martha Gabriel – ícone multidisciplinar nas áreas de negócios, tendências e inovação. Com extenso currículo, soma conquistas como futurista pelo Institute For The Future (IFTF), engenheira, pós-graduada em Marketing e Design, mestre e PhD em artes pela ECA/USP – além de possuir formação executiva pelo MIT Sloan e ser professora de Inteligência Artificial na pós-graduação da PUC-SP.

“Você não precisa inovar antes de todo mundo, mas precisa inovar. Precisa seguir o ritmo do mercado, pois quando a tecnologia muda, o mundo muda e os problemas também. Pequenas melhorias todos os dias podem virar uma cascata de inovação – como lançamentos de produtos e serviços que sejam capazes de agregar valor de forma ampla e, especialmente, perceptível ao público”, destacou. “Existem pessoas com medo de ser substituídas pela Inteligência Artificial, mas eu digo: para não ser substituído por um robô, não seja um robô. Seja uma pessoa que sabe utilizar a tecnologia”, completou Martha em sua fala.

O Congresso Movergs é realizado pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) e, nesta edição, contou com patrocínio de Sicredi – além do apoio de Sebrae e Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis).

Foto: Augusto Tomasi