O encontro de encerramento do ano entre a Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial Gaúcha (CICS Serra) e suas filiadas teve, mais do que um balanço das atividades de 2021, cara de projeções e desafios para 2022.
Uma das mais preocupantes é o plano de concessões em andamento das rodovias gaúchas projetado pelo governo. Na reunião, realizada no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) nesta quinta-feira (16), o descontentamento com a condução do pleito pelo Executivo ficou evidente. “Ainda não temos a melhor proposta aos usuários”, disse o presidente da CICS Serra, Elton Paulo Gialdi.
A entidade está se mobilizando com a Federasul, com quem esteve reunida na última segunda-feira (13), participando de um seminário sobre o tema promovido juntamente com a Assembleia Legislativa, para articular um pedido ao governo. Quer ampliar o debate acerca do tema a fim de que o edital seja melhor discutido com a sociedade.
Uma mobilização regional envolvendo municípios e entidades já havia pressionado o governo a modificar o modelo de leilão, que previa desconto máximo de 25% no valor das tarifas e o pagamento de uma outorga ao Executivo em caso de empate nas propostas – esse modelo caiu para os pedágios previstos para as rodovias da Serra e do Vale do Caí.
Porém, a nova modelagem também não agradou. O governo definiu que as empresas vencedoras terão de depositar R$ 6,7 milhões por ponto percentual a partir de 2% de deságio. “A outorga já travava o deságio em 25%, e queríamos ter um deságio de até 50%. Se aceitassem essa proposta no atual modelo, teriam que depositar mais de R$ 328 milhões. Com isso, fica claro que não vamos ter um pedágio barato”, analisa Gialdi. “Isso inibe a concessionária a propor desconto”, continua.
Conforme o empresário Gervásio Silvestrin, da CICS Farroupilha, o trecho entre do entroncamento da RSC-453 com a RS-122, entre Caxias do Sul e Flores da Cunha, até as imediações de Nova Milano, estão previstas 11 rótulas alongadas. “Que tipo de obra é essa? Dentro de 30 anos isso não vai dar fluidez. Temos que ter pistas centrais livres e passagens de nível ”, pondera.
Além dos pedágios, outro assunto debatido no encontro do CIC-BG foi quanto a encontrar formas para promover maior sustentabilidade à CICS Serra, o que é vital para ter maior representatividade, por exemplo, junto aos poderes constituídos nos níveis estadual e federal. A reunião também teve espaço para expor o demonstrativo contábil da organização e as inúmeras ações realizadas ao longo do ano, como a agenda de relacionamento para estreitar a aproximação com as filiadas e as reuniões para tratar de infraestrutura e pautas para o desenvolvimento da região.
A CICS Serra reúne associações comerciais de 17 municípios – Antônio Prado, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Casca, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Guaporé, Ipê, Nova Araçá, Nova Prata, Paraí, São Marcos, Serafina Corrêa, Veranópolis e Vacaria.
Crédito: Exata Comunicação, Tiago Garziera
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