Na última década, a redução da gramatura das embalagens plásticas vem ocorrendo em etapas sucessivas – uma garrafa de 500 ml precisa hoje de somente 8 gramas de plástico para ser produzida.
A diminuição na gramatura destes plásticos vem ao encontro de uma necessidade mundial de diminuição do consumo deste material derivado do petróleo – de acordo com a revista americana Science Advances a humanidade consumiu de 1950, data em que a produção em larga escala dos materiais sintéticos começou, a 2015, 8,3 bilhões toneladas métricas de plástico. E o Brasil ocupa a quarta posição mundial na produção de lixo plástico, ficando atrás apenas dos EUA, da China e da Índia, segundo levantamento do Banco Mundial.
A fim de reduzir a problemática da produção massiva de plástico e a inviabilidade de reaproveitamento de todo este montante, a indústria precisou não apenas diminuir a gramatura do material nas garrafas, mas encontrar soluções para que a garrafa permanecesse firme para facilitar o consumo e evitar qualquer risco de contaminação durante seu transporte. Por isso, a Air Products, uma das maiores fornecedoras mundiais de gases para diversos setores da economia, trabalhou numa solução de inertização de garrafas a partir da adição de nitrogênio, que garante a rigidez do plástico, mesmo sendo utilizado em porções muito menores hoje em dia.
“Esta firmeza, fornecida pelas gotículas de nitrogênio líquido, pode ajudar a reduzir os custos, permitindo que os processadores diminuam a quantidade de polímero na embalagem. Permite também que as garrafas pet sejam empilhadas umas sobre as outras sem a preocupação da ruptura do frasco. A capacidade de empilhamento contribui para a economia de custos durante o armazenamento, transporte, distribuição e exibição do produto”, explica Edson Basilio, Gerente de Aplicações e Desenvolvimento da Air Products.
Ele acrescenta que essa pequena quantidade de nitrogênio líquido gera espaço inerte no recipiente de PET, o que ajuda a preservar a qualidade e evita a degradação do produto. “Aquele ‘pizz’ do ar que está sendo liberado após a abertura da garrafa traz uma sensação de qualidade e frescor para o consumidor e as garrafas mais firmes proporcionam uma experiência tátil melhor ao pegar de uma prateleira ou de uma máquina de venda automática”, detalha Basilio.
Conservação de bebidas
Outra preocupação da indústria alimentícia está voltada à substituição de certos conservantes que tiveram certo grau de toxicologia comprovada. A fim de evitá-los o segmento tem se valido também da utilização de nitrogênio a fim de conferir um maior tempo de validade às bebidas.
De acordo com Basilio, o oxigênio presente no ar é responsável por causar a oxidação de bebidas naturais, o que causa alteração de cor, sabor e redução da qualidade do produto. O controle desse oxigênio é importante para evitar oxidações indesejadas e deterioração precoce do produto e, para esse controle, pode ser realizada a injeção de gases como nitrogênio, dióxido de carbono e argônio nos tanques onde se realiza a produção das bebidas ou nas tubulações que chegam a esses tanques.
“Além de inertizar o espaço livre presente no tanque é importante que a bebida que está sendo produzida seja mantida em constante movimento, pois com essa mistura parada pode ocorrer sedimentação e falta de homogeneidade do produto. Para isso, é injetado nitrogênio líquido na parte inferior do tanque, e por meio da sua expansão para o estado gasoso, há uma “agitação” que previne a deterioração e a oxidação da bebida”, explica.
O processo é finalizado com a utilização da tecnologia para a inertização do envase com injeção de nitrogênio, que remove o oxigênio ainda presente e aumenta o tempo de vida útil do produto, desde a exposição na prateleira até o consumo.
O Gerente de Aplicações e Desenvolvimento da Air Products afirma que esta tecnologia é o presente do segmento e também o futuro promissor, uma vez que cada vez mais marcas vêm utilizando o processo: “ele é a garantia de uma vida útil maior em bebidas envasadas e o mais interessante é que esse envase não se restringe ao plástico, ele pode ser utilizado em garrafas de vidro, Tetra Pack e latas de alumínio”.
Imagem: recicla.club.com
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