Período de março de 2020 a fevereiro de 2021 registrou um crescimento de 21,7% nos óbitos e 17.315 mortes a mais em relação à média histórica do estado
Com a crise de saúde pública instalada em razão da COVID-19, rede hospitalar à beira do colapso, aumento no número de mortes em domicílios em razão da falta de leitos ou do medo da ida aos hospitais, reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas aceleradas pelo vírus, o Rio Grande do Sul completou o “ano da pandemia” com um total de quase 100 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica “Estatísticas do Registro Civil” em 2003.
Os dados do “ano da pandemia” constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
O número de óbitos registrados em Cartórios no “ano da pandemia”, considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 96.987 mil mortes, um total de 17.315 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 21,7% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,6%, totalizando 20,1 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 7,8% no número de falecimentos.
“Os Cartórios de Registro Civil gaúchos têm um papel fundamental durante a pandemia, disponibilizando informações e dados estatísticos sobre os registros de óbitos lavrados pelos Cartórios de Registro Civil, o que reforça o nosso compromisso de transparência com a sociedade”, salientou o presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), Sidnei Hofer Birmann.
Já o Brasil fechou o “ano da pandemia” com um total de quase 1.5 milhão de mortos, número recorde desde o início da série histórica. No País, o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 1.497.356 mortes, um total de 353.900 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 30,9% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,7%, totalizando 29,2 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 13,5% no número de falecimentos.
Fevereiro recordista
O agravamento da pandemia no último mês, fez de fevereiro de 2021 o mês mais mortal de sua própria série histórica no Rio Grande do Sul, com um total de 8.234 óbitos registrados pelos cartórios no período, 2.536 óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 30,8% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 29,3 pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2021, o crescimento foi de 29,5%.
Em Porto Alegre, a situação se repetiu e tornou o mês de fevereiro de 2021 o mais mortal da série histórica na capital gaúcha, com um total de 1.799 óbitos registrados pelos cartórios no período, 500 óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 27,8% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 26,5 pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 21,4%.
O número de óbitos registrados nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
Sobre a Arpen/RS
A Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio Grande do Sul (Arpen/RS) é a entidade representativa dos 414 Cartórios de Registro Civil do Estado, presentes em todos os municípios, realizando os principais atos da vida de uma pessoa: nascimento, casamento e óbito. A Arpen/RS foi fundada em 24 de janeiro de 1998 e sua sede está localizada na Rua Cel. Genuíno, número 421, 3º andar, sala 302 – Centro Histórico / Porto Alegre.