No Brasil, existem oficialmente 95 ramos de seguros registrados e categorizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A atividade seguradora no país iniciou em 24 de fevereiro de 1808, com a instalação da primeira sociedade de seguros: a Companhia de Seguros Boa-Fé, instituída para operar no ramo marítimo.
O Integração da Serra ouviu o corretor Leandro Magnaguagno, com o intuito de reportar aos nossos leitores a atual abrangência da prestação de serviços no país. Nosso entrevistado, graduado em Ciências Econômicas, é sócio proprietário da M&L Seguros, situada em Bento Gonçalves, na rua Vitório Carraro, 251, bairro Botafogo. A corretora, com 23 anos de mercado, há cerca de três meses abriu escritório no município de Pinto Bandeira, na Rua Sete de Setembro, 464, sala 01, no Centro da cidade.
Integração – O seguro, como o próprio nome define, ampliou sua área de cobertura no decorrer de sua existência. De que forma a economia e os costumes sociais influenciam no acréscimo do leque de serviços prestados pelo setor?
Magnaguagno – Os clientes demandam por novas necessidades todos os dias: um novo aparelho, uma nova máquina, um novo modelo de veículo, uma nova maneira de construir sua casa, formas diferentes de contratar prestadores de serviços. Enfim, o nosso dia a dia, requer inúmeros estudos das seguradoras para criarem produtos diferenciados e que atendam tais necessidades.
Integração – Quais são os seguros mais antigos no mercado nacional?
Magnaguagno – Seguro de incêndio, seguro de vida, veículos e transportes.
Integração – E os mais recentes?
Magnaguagno – Seguro para placas solares, bicicletas e aparelhos portáteis, dentre outros ligados a garantias contratuais.
Integração – De que forma os seguros garantem as perdas de patrimônio e mantêm cadeias produtivas, nos cenários macro e microeconômicos do Brasil?
Magnaguagno – Um sinistro ocorrido, amparado pelas condições gerais da apólice contratada, indeniza ao segurado seu prejuízo, restabelecendo seu nível econômico ou amenizando suas perdas. Além disso, a cadeia produtiva do setor de seguros é muito ampla. Envolve desde as seguradoras, seus funcionários, com diversos departamentos, as corretoras de seguros, as prestadoras de serviços de vistoria, reguladoras de processos, oficinas, fornecedores de peças e outros serviços, movimentando um mercado muito importante, também quanto a questão socioeconômica.
Integração – Como o Seguro de Vida impacta na saúde financeira das famílias vitimadas?
Magnaguagno – Quando falamos em seguro de vida, temos em mente a questão morte. Muitas pessoas se assustam com essa possibilidade e acabam por contratar o seguro apenas para essa finalidade. Mas hoje o seguro de vida, ou melhor, a proteção familiar, ou proteção à renda, tem outras garantias que auxiliam o segurado e sua família em vida, como a garantia de Doenças Graves, que indenizará ao segurado em vida, para amenizar seu sofrimento e auxiliar a família com situações que não estavam previstas, como um AVC, por exemplo. E ainda outras garantias como a Diária de Incapacidade Temporária, que garante ao segurado indenização de um valor por dia de afastamento de sua atividade profissional, muito importante para quem não tem carteira assinada e não recebe os benefícios.
Integração – De que forma o seguro pode auxiliar trabalhadores autônomos? Exemplifique.
Magnaguagno – No seguro de vida, as Diárias de Incapacidade Temporária auxiliam o profissional que contratar tal garantia, com uma indenização em função dos dias parados, por não poder exercer suas atividades, em virtude de acidentes ou doenças.
Integração – O Seguro Agrícola garante ao produtor rural o ressarcimento por quebras de produção, ocasionadas por fatores climáticos. Que diferença esse seguro está fazendo no cenário econômico agro, nacional e regional?
Magnaguagno – Certamente, é um fator determinante para os agricultores continuarem no cultivo da terra, contratando o seguro para sua safra. Eles investem com mais tranquilidade em suas propriedades e ampliam suas áreas de plantio.
Integração – Quais são as diferenças entre a proteção veicular ofertada por companhias tradicionais e por cooperativas, instituídas após aprovação de lei federal, em 2018?
Magnaguagno – As seguradoras são devidamente regulamentadas pelo órgão governamental, a Susep. Assim, toda a seguradora passa por fiscalização deste órgão. Todos os produtos ofertados pelas mesmas são aprovados e seguem a legislação. E para tal produto ser comercializado, a seguradora deve ter fundos de reservas, capazes de indenizar as apólices emitidas. As cooperativas de seguros, no entanto, não seguem tal regulamentação.
Integração – Até que ponto o preço mais alto de seguros das companhias em relação às cooperativas impacta na resolução tranquila de sinistros?
Magnaguagno – Na realidade, o valor não é o fator impactante, mas sim a legalidade do produto oferecido. Não adianta ser barato e não garantir as mesmas cláusulas das apólices emitidas pelas seguradoras regulamentadas.
Integração – Seguros residenciais, entre outros não listados entre os de maior demanda, são caros?
Magnaguagno – Pelas garantias e serviços ofertados, o seguro residencial tem uma taxa super baixa, muito menor que o seguro de automóveis. É muito bom e fácil de contratar. Com um pequeno valor anual, podendo ser parcelado, o segurado garante seu patrimônio contra eventos inesperados, como vendaval, danos elétricos, incêndio, roubo e outras coberturas que podem ser contratadas.
Integração – Seguro ainda “morre de velho”. Por quê?
Magnaguagno – Melhor ter e não precisar, do que não ter!!! Vai que!!!