E o Jazz chegou de improviso e conquistou a todos. Sim, Bento Gonçalves se tornou o mais novo cenário e roteiro deste gênero musical que surgiu nos Estados Unidos no final do século XIX e juntou-se a uma grande paixão da cidade: o vinho. Foram três dias de alta qualidade musical que trouxe profundas experiências artísticas, de entretenimento e gastronômicas para o público e músicos.
É esse o sentimento que Ana Cláudia Almeida, professora, de Rio Grande. Juntamente com o seu esposo, veio comemorar os 22 anos de casamento e não sabia do Festival. Para ambos participar dos três dias foi uma grata surpresa: “Não sabíamos que tinha o Festival, e o nosso passeio de comemoração ficou ainda mais interessante. Nós sentimos apreciados e abraçados pela cidade por um evento desse nível. Nos emocionamos muito com os grupos, com o Lucio Yanel, porque é uma música sem palavras, mas que nos toca num lugar de nossa intimidade que a gente não costuma acessar”.
Silvia Berenguer também curtiu os três dias e salientou a alta qualidade da programação: “maravilhoso, de bom gosto. O jazz tem tudo a ver com vinho. Não conhecia nenhuma banda e adorei o Quinteto Canjerana, o Lucio Yanel. Foi lindo”. Artur Lopes compartilha da mesma opinião: “está sendo espetacular. Destaco o Bittencourt que fez uma apresentação memorável. O Teia Jazz trouxe uma virtuosidade bacana. Vida longa ao jazz em Bento Gonçalves”.
Chacareras, milongas, chamamé, bossa nova, samba baião, choro, música de câmara, Hermeto Paschoal, Kurt Weil, Charlie Parker, Tom Jobim, um leque diverso se fez presente nas 15 apresentações na Rua Coberta e no Anfiteatro Ivo Antônio Da Rold.
Mazin Silva, do Mazin Silva Trio, esteve pela primeira vez no município apresentando sua verve musical. Ele nos conta que a cidade, Capital Nacional do Vinho, já se tornou um cenário do jazz: “vinho e jazz tem tudo haver. É uma terra de grandes músicos, de grandes ouvintes. Estou encantado”.
Fran Duarte estava muito feliz por tocar no palco Ana Mazzotti, homenageada da segunda edição: “é uma alegria muito grande em homenagem a ela, multi-instrumentista, cantora, da região da Serra, que infelizmente nos deixou muito cedo, tinha uma carreira incrível pela frente. Eu espero ver mulheres tocando jazz, rock, o que for. E nós se reunimos pensando nisso: de ter uma voz feminina no jazz. É muito importante essa representatividade. O Blues Jazzmine está pra provar que somos uma força forte e cheia de energia e swing para mostrar”.
Alê Lucietto, que tocou no domingo como seu Trio, não esconde a emoção de estar dividindo o palco com os músicos locais e do estado: “para mim que pude tocar no vento do ano passado, é uma emoção maior ainda por ter público. E tendo um evento deste tamanho na minha cidade, e poder tocar com músicos deste calibre, e dividir o palco com eles, é uma emoção tremenda. Sendo uma delas, dividir com os meus conterrâneos como DJ Zonattão, o Teia Jazz. Só tenho a agradecer!”.
Um dos maiores instrumentistas do mundo, Lucio Yanel, 75 anos e toca profissionalmente desde os 15 anos, ressalta a inciativa: “independente da situação que vivemos, seja por causa da pandemia, de problemas econômicos, Bento Gonçalves através de suas instituições culturais com um evento desta natureza, ajuda a população como um todo de uma maneira maior que se pensa. Cultura é necessário porque é ela que impulsiona a cidadania”.
Renato Borghetti, que tem uma antiga história com Bento, expressou sua gratidão de estar no Bento Jazz & Wine Festival, além de estar retomando o contato com o público: “sou suspeito em relação a Bento por causa do instrumento que toco que é o acordeon. Sempre vim a Bento para deixar minhas gaitas para serem consertadas. E agora poder estar num festival de música dedicado à música instrumental, regional, torna-se mais universal por Bento estar proporcionando um reencontro que aliado a minha arte fica maior ainda minha relação com a cidade”.
O produtor cultural e músico, Carlos Badia, ressalta que o Bento Jazz e Wine Festival conseguiu proporcionar uma alegria e que é só início de sua permanência no município: “em janeiro terá um show. Em fevereiro, estará provavelmente no Jantar sob as Estrelas, e a partir de março, vamos realizar ações educacionais, de cinema. O festival vem para acontecer durante o ano e culminar nesta grande festa”.
O Secretário de Cultura e presidente da Fundação Casa das Artes, Evandro Soares, coloca que “o Bento Jazz & Wine Festival veio para ficar em Bento Gonçalves e trouxe uma nova realidade artística, uma nova musicalidade, que até então não era conhecida de nosso público. A gente fica muito feliz de perceber a boa receptividade de pessoas que adoram a música, pelo alto nível musical que foi incomparável e que nunca Bento teve. É uma nova experiência que já está incorporada à nossa cultura”.
Mostra Artística
Paralela à programação musical, o Bento Jazz & Wine Festival contou com uma mostra artística com curadoria da Associação Bento-gonçalvense de Artistas Plásticos da Serra Gaúcha.
A mostra contou com mais de 80 obras nas técnicas de escultura, óleo sob tela, colagem, aquarela, acrílico, giz de cera sob MDF, fotografia digital e assinadas por Jorge Aresi, Joaquim Da Fonseca, Sandra Bueno, Geison Ranzi, Vildete Pessutto, Ademir Gugel, Luiza Fedrezzi, Marilene Garcia, Zélia Paludo, Lorena Pizzatto, Roni Gabardo, Sonia Possamai, Ezequieli Panizzi, Flavia Pozzobon, Diogo Carini, Stino, Marilene Beltran, Postal e Gotto.
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
Fotos: Jose Martim Estefanon