O Ministério das Comunicações (MCom) recebeu do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) as recomendações para adoção de tecnologias candidatas à próxima geração de televisão digital brasileira — também conhecida como TV 3.0. As recomendações não são vinculantes, e é importante destacar que o país ainda não selecionou formalmente nenhuma tecnologia para o futuro padrão. Agora, após cinco meses de avaliação, os resultados abrem o ciclo de testes mais avançados da fase 3, no projeto de evolução da TV.
A nova geração da TV Digital trará o aprofundamento da qualidade de som e imagem, e conteúdo segmentado geograficamente. A integração entre TV aberta e internet também deve ser ampliada, em particular com conteúdos de streaming.
O estudo das tecnologias da TV 3.0 teve início em 2021, com uma chamada internacional para que empresas desenvolvedoras de tecnologias enviassem propostas para compor o novo padrão. Após a avaliação, que contou com financiamento do MCom e colaboração de diversas universidades brasileiras, o Fórum do SBTVD consolidou as recomendações que servirão de insumo para futura decisão do Governo Federal — será possível adotar ou não, entre as propostas técnicas, as mais adequadas ao novo padrão de televisão digital.
Outras tecnologias propostas permanecerão em avaliação, de forma que os trabalhos para TV 3.0 deverão seguir adiante durante o ano de 2022. O ministro das Comunicações, Fabio Faria, ressaltou que o governo permanece comprometido com o desenvolvimento tecnológico da televisão livre, aberta e gratuita, para permitir um serviço cada vez melhor.
“A qualidade de som e imagem me impressionou bastante! Outro destaque é a integração com conteúdo via internet e com smartphones, além dos recursos de interatividade. O Ministério das Comunicações vai seguir apoiando a inovação na TV Digital para trazer sempre a tecnologia mais avançada para a população”, assegurou.
PADRÕES DIFERENTES — O primeiro padrão de televisão, ainda analógico, foi adotado na década de 1950 e era conhecido por introduzir chiados no som e chuviscos na imagem, além de ter uma qualidade não tão satisfatória. A televisão digital (ou TV 2.0) foi adotada no Brasil a partir de 2006, trazendo melhor qualidade de som e imagem e eliminando problemas causados por má recepção.
Atualmente, o Governo Federal faz um esforço extra para concluir a transição para a TV Digital. Em maio de 2021 lançou o programa Digitaliza Brasil dedicado a levar o sinal digital a 1.638 municípios de todo o país onde a TV ainda é analógica. Até o momento, foram publicados editais que contemplam 1.394 municípios de 15 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.
Enquanto os dois primeiros padrões convivem em uma mesma época, o MCom já trabalha na definição do próximo padrão, aumentando a capacidade do sinal para chegar em regiões mais remotas e entregando experiências de áudio imersivo e de imagem em ultra alta definição (4K), bem como integração entre conteúdo da radiodifusão e de Internet (streaming).
DIGITALIZA NA ESTRADA — Menos de um ano após a criação do programa Digitaliza Brasil, o MCom começou a percorrer o Nordeste para concluir a instalação de antenas e marcar a chegada do sinal da TV Digital. Nesta semana, a pasta iniciou o Digitaliza na Estrada, projeto itinerante que vai passar por municípios que aderiram ao programa e que já contam com a antena de sinal digital instalada. Ao todo, serão percorridos cerca de 7 mil quilômetros em seis estados (RN, CE, PB, PI, MA e AL). Todos os passos do Digitaliza na Estrada estarão registrados na página especial dedicada à ação.
Imagem: Divulgação
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