O maior e mais importante prêmio do mundo no que diz respeito a reconhecimento de soluções sustentáveis e humanitárias, o Prêmio Zayed de Sustentabilidade, anunciou os dez vencedores de 2021 durante uma cerimônia de premiação que aconteceu na segunda-feira, 17 de Janeiro, nos Emirados Árabes Unidos, na Semana de Sustentabilidade de Abu Dhabi (ADSW) de 2022. Desde 2008, a premiação é pioneira em reconhecer soluções inovadoras, impactantes e inspiradoras, concedendo anualmente a quantia de US$ 3 milhões (cerca de 16 milhões e 606 mil reais) a ganhadores de cinco categorias: Saúde, Alimentos, Energia, Água e Escolas Globais de Ensino Médio, sendo os participantes Pequenas e Médias Empresas (PMEs), Organizações Sem Fins Lucrativos (ONGs) e escolas secundárias globais.
Ao longo de 13 edições, o prêmio, que busca incentivar ações globais no desenvolvimento de soluções sustentáveis, já premiou 86 projetos que transformaram as vidas de mais de 370 milhões de pessoas, em 150 países. Além de ONGs e startups, o prêmio já contemplou também grandes empresas como Toyota, Siemens, Panasonic, GE e Google. Nesta edição, os participantes das categorias Saúde, Alimentação, Energia e Água concorrem a um prêmio de US$ 600 mil dólares (aproximadamente R$ 3 milhões 320 mil reais) por vencedor. O valor de US$ 600 mil dólares, direcionado para a categoria Global High Schools, é dividido entre seis instituições de ensino espalhadas ao redor do mundo e que representam as Américas, Europa e Ásia Central, Oriente Médio e norte da África, África Subsaariana, sul da Ásia, leste asiático e Pacífico – cada instituição de ensino vencedora leva para casa US$ 100 mil dólares (cerca de R$ 553 mil reais).
América Latina tem vencedor
Representando a América Latina, a startup argentina Mamotest foi a grande vencedora na categoria Saúde, com uma abordagem inovadora da imagem médica através do uso de centros de telerradiologia em áreas mal servidas. Os esforços da Mamotest contribuíram para aumentar o acesso a diagnósticos e serviços de salvamento de vidas com análises remotas que fornecem a 582.697 beneficiários afetados pelo câncer de mama acesso a cuidados de saúde de qualidade. A Mamotest planeja expandir seus serviços para mais de 1 milhão de pessoas ao longo de cinco anos. Em tempo, pela primeira vez desde a criação do prêmio, em 2021 o Brasil foi o campeão de inscritos entre os países da América Latina.
Na categoria Energia, a SOL Share, com sede em Bangladesh, criou um gerenciamento de energia com uma micro-rede interligada para redes de troca de energia entre pares, permitindo uma distribuição mais eficiente de eletricidade nas comunidades rurais do país. A S4S Technologies, da Índia, foi a vencedora da categoria Alimentação pelo seu importante trabalho em sistemas de conservação e desidratação de alimentos, impactando diretamente 35.820 pessoas e com previsão de ampliar esses números para 10 milhões de indivíduos ao longo de cinco anos. A Wateroam, uma PME de Singapura, venceu o prêmio na categoria Água pelo seu empenho em driblar as questões de contaminação da água com filtros de água potável que servem comunidades rurais atingidas por catástrofes, beneficiando mais de 150.000 indivíduos.
Com objetivo de inspirar os jovens a tornarem-se pioneiros, inovadores e defensores da sustentabilidade, a categoria Global High Schools, instituída em 2012, é onde o Brasil mais se destaca. De 2017 a 2020, três escolas brasileiras de ensino médio foram finalistas. A Escola Estadual Professor Dimas Mozart e Silva, localizada na cidade de Taquarituba, em São Paulo, foi finalista nos anos de 2017 e 2018. O Centro Educacional Agrourbano, de Brasília, no Distrito Federal, foi um dos finalistas nos anos de 2018 e 2019. A Escola SESI Djalma Pessoa, de Piatã, na Bahia, quase levou o prêmio ficando entre as finalistas no ano de 2020. Os premiados da categoria em 2022 foram: Instituto Iberia (República Dominicana), representando novamente a América Latina; Liceo Europeo (Espanha); Eastern Mediterranean School (Israel); Sayidina Abubakar Secondary School (Uganda); Hira School (Maldivas); e UWC ISAK (Japão).
Em seu discurso, o Sheik Mohammed bin Zayed Al Nahyan afirmou que “o Prêmio Zayed de Sustentabilidade continua a definir o caminho para aliviar as dificuldades e melhorar vidas, recompensando o impacto e a inovação por meio de uma plataforma que pode alcançar um número muito maior de beneficiários.” Além disso, Olafur Ragnar Grimsson, ex-presidente da Islândia e diretor-geral do Prêmio Zayed de Sustentabilidade, ressaltou: “Estamos confiantes que todos esses vencedores estabelecerão as bases para o futuro crescimento econômico e prosperidade para comunidades vulneráveis, dentro e fora de suas fronteiras, além de contribuir significativamente para os principais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”.
Em 2013, José Goldemberg, professor emérito e ex-diretor do Instituto de Física (IF) da USP (Universidade de São Paulo), foi o vencedor do Prêmio Zayed de Sustentabilidade na categoria Life Achievement (“realização de vida” em tradução livre), concedido a profissionais de destaque na área de energia renovável e que já teve entre os homenageados o ex-vice-presidente americano Al Gore. O físico, que já foi Ministro da Educação, Secretário do Meio Ambiente da Presidência da República e Reitor da USP, recebeu o prêmio de US$ 100 mil dólares (cerca de R$ 551 mil reais). Para aqueles que acreditam que sua pequena ou média empresa (PME), ONG ou projeto de alunos do ensino médio causam algum impacto, as inscrições para a edição de 2022 do Prêmio Zayed de Sustentabilidade iniciam ainda no primeiro semestre.
Imagem: Divulgação
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