Pensar na saúde de forma integrada é a premissa de um conceito que valoriza a qualidade de vida do paciente. Conforme a coordenadora do projeto de medicina integrada da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra. Daniela Lima, a proposta parte da construção de uma relação mais ampla entre o paciente, médicos e equipe assistencial, com o objetivo de aliar terapias complementares ao tratamento da doença, visando cuidar do bem-estar físico, mental e emocional.
“As práticas integrativas e complementares, quando aliadas ao tratamento convencional, podem potencializar o tratamento e ajudar a aliviar os sintomas e desconfortos causados por algumas doenças”, destaca a médica.
Segundo ela, em outros países, como os Estados Unidos, há serviços estabelecidos de Saúde Integrativa em diversos Centros Hospitalares, porém, no Brasil, poucos centros hospitalares incluem as práticas como forma de cuidado ao paciente.
“Pensando nisso, o São Camilo está estabelecendo um Núcleo de Saúde Integrativa, como forma de humanizar o cuidado ao paciente e levar mais atenção, cuidado, individualização e outros arsenais terapêuticos, além do medicamentoso.”
Acupuntura e musicoterapia estão entre as atividades que fazem parte do programa na instituição, contando com especialistas em todas as unidades.
Musicoterapia
De acordo com a musicoterapeuta da Rede São Camilo SP Perola Carvalho Pereira, a prática pode contribuir para estimulação cognitiva, neurológica, da linguagem e da comunicação, bem como promover o acolhimento e elaboração de traumas, de adoecimento e luto, manejo de dores crônicas, ansiedade e depressão.
“A musicoterapia é uma profissão que se utiliza das propriedades de evocação e terapêuticas da música num processo estruturado para cuidar do ser no seu todo”, diz a especialista.
A terapeuta explica que as indicações para a atividade são bastante amplas. “É especialmente indicada para pessoas com dificuldades na comunicação, seja por algum impedimento físico, por adoecimento ou neurodiversidade, ou por questões psicológicas que dificultem as intervenções verbais.”
Para a paciente Geise, 51 anos, em tratamento de uma doença degenerativa que causa fortes dores no corpo, a experiência foi “intensa e inesquecível”. “A primeira sessão me fez chorar. Senti um bem-estar como há muito tempo não sentia, uma sensação incrível de conforto e acolhimento”, detalha.
A coordenadora do Núcleo de Saúde Integrativa ressalta que as terapias atuam como um suporte importante aos tratamentos, sempre baseados em evidências em relação à segurança e eficácia. A acupuntura, por exemplo, trabalha com as emoções, reduzindo medo, raiva e preocupações.
Acupuntura
Dr. Levi Jales Neto, reumatologista e acupunturista da Rede de Hospitais São Camilo SP, que atua no tratamento das dores osteomusculares e sintomas dos pacientes oncológicos. “Existem diversos estudos científicos que demonstraram a eficácia da acupuntura na redução das náuseas e vômitos após quimioterapia, podendo ser usada para completar a terapia antiemética padrão”, explica.
O médico frisa que a acupuntura age também no controle da dor por estímulo neural periférico e neuromodulação através do estímulo da agulha. “Na oncologia, observamos a necessidade crescente de complementar aos tratamentos do câncer um outro mais humano, que vise reduzir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, esclarece.
Dra. Daniela ressalta que a Rede conta com equipes multidisciplinares preparadas em suas unidades e pode beneficiar pacientes de todas as idades. “A musicoterapia está disponível para toda a rede de pacientes hospitalares internados, e temos também o ambulatório de acupuntura, onde o paciente pode marcar sua consulta”, finaliza. O projeto, em fase de ampliação, também prevê a implementação de atividades de meditação e Reiki.
Para agendamentos, acesse www.hospitalsaocamilosp.org.br ou ligue (11) 3172-6800.
Imagem: Part med
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