A partir desta quinta-feira, 1º de julho, o Museu do Imigrante sedia a exposição Poeira das Memórias, do artista visual caxiense Vinícius Guerra. Com curadoria de Cristine Tedesco, a mostra parte de um processo memoralístico dos antepassados de Guerra que inicia com a história de seu bisavô, violinista de origem polonesa que fugiu para o Uruguai e teve sua trajetória esquecida pelas novas gerações mais recentes da família.
O possível marco zero da exposição foi a descoberta de uma carta de seu bisavô. Nela, Guerra se deparou com a participação dele como fundador de uma importante orquestra em Montevidéu: “a partir deste fato, uma série de eventos, pesquisas e filmagens foram realizadas criando associações com as imagens de arquivo da família e com as minhas próprias. Foi permitido perceber que os VHS dos anos 80 realizadas pelos familiares funcionaram como inspiração para iniciar a minha carreira trabalhando com o Cinema”.
Dessa forma, a memória construída, ressignificada, ou, até mesmo, inventada, se espalha pela linguagem estética plural. Telas, pinturas, videoartes, documentários e objetos expressam vidas e fatos intermediado pelo olhar do artista: “a memória, mesmo baseada em fatos, nem sempre é algo concreto. A memória quando colocada em pauta ela pode assumir uma fluidez que pode ser trabalhada com criatividade. Por isso contamos com a arte, essa ferramenta incrível que nos permite trabalhar narrativas e contar histórias de diferentes formas. Muitas obras seguem um fluxo de criação que trabalha muito a questão do período pandêmico que estamos e imersões do meu inconsciente”, ressalta Guerra.
Vinícius desenvolveu trabalhos em vídeo, fotografia e pintura ao longo de quatro anos de pesquisa pesquisando sobre a história de seus antepassados. A morte de sua bisavó, em 1918, em consequência da Gripe Espanhola, criou uma conexão com a realidade dos nossos tempos. Mais de cem anos depois dessa morte, o artista, em tempos de pandemia da COVID-19, ressignifica as memórias de uma família que percorreu grandes distâncias, viajando da Polônia para o Uruguai e se unindo através de sucessivas perdas.
A exposição acontecerá no Museu do Imigrante, em Bento Gonçalves, de 1° a 30 de julho e o evento de abertura será marcado pela projeção de um videoarte com memórias pessoais do artista e vídeos enviados pela própria comunidade. Além da projeção na fachada do Museu, memórias coletivas serão projetadas no interior de um Fusca 1973 herdado pela curadora do projeto, Cristine Tedesco, de seu avô.
O evento de abertura, que contará com tradução simultânea em LIBRAS, acontece no dia 1º de julho, às 19h e o público terá a oportunidade de visitar a exposição respeitando as normas de segurança contra a Covid-19. O evento será transmitido ao vivo pelos canais do YouTube Cultura Bento – SECULT Bento Gonçalves, Facebook Cultura Bento e Instagram Poeira das Memórias.
O projeto “Poeira das Memórias” foi executado por meio do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas, da Fundação Marcopolo, realizado com recursos da Lei n° 14.017/20, também conhecida como Lei Aldir Blanc.
Serviço
O que: exposição “Poeira das Memórias”, de Vinícius Guerra
Curadoria: Cristine Tedesco
Abertura: 1º de julho, às 19h, no Museu do Imigrante – Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto
Período de visitação: até 30 de julho, sendo permitido apenas 6 visitantes por vez, com uso obrigatório de máscaras e distanciamento social.
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30min
Entrada franca
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Assessoria de Comunicação Social
Foto: Divulgação/Projeto Poeira das Memórias
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