Para garantir sua liberdade, entender-se e afirmar-se como um ser com direito de escolhas, as mulheres têm travado uma batalha histórica, tendo como ponto forte o movimento feminista, que ganhou projeção na segunda metade do século passado. O movimento feminista tem, entre seus objetivos, o questionamento da naturalização da condição inferior da mulher, incluindo a perspectiva de gênero nas discussões sobre a família, o trabalho e a vida comunitária.
Pesquisadores e escritores, bem como diferentes organizações ao redor do mundo, têm feito um enorme trabalho para o enfrentamento da discriminação e da desigualdade de gênero, o que passa, necessariamente, por uma mudança cultural, uma mudança na subjetividade de homens e mulheres. Essa mudança não se dá apenas nas condutas e nas regras, mas também, inicialmente e especialmente, no interior dos indivíduos.
As mulheres, naturalmente, buscam as relações e sabem que é nas relações que se encontra o sentido e a felicidade. Além disso, as mulheres falam umas com as outras, umas das outras e umas pelas outras. Maravilhoso mundo feminino em que os sentimentos estão sempre em marcha, sempre fazendo conexões e laços. Onde as mulheres estão existem laços e palavras. As mulheres enchem consultórios psicológicos, enriquecem os ambientes corporativos, são presença assídua nas reuniões das escolas e buscam assistência em saúde não só para si, mas para toda a família. Não é à toa que vários estudos mostram que, embora os homens padeçam mais de condições severas e crônicas de saúde do que as mulheres, a presença deles nos serviços de saúde é menor que das mulheres.
Esse desejo de falar, essa capacidade de simbolizar e de se relacionar coloca as mulheres em vantagem no caminho para a resolução de dificuldades e o enfrentamento dos desafios. É preciso que elas tenham espaço e que sua voz seja ouvida e valorizada na sociedade. Para essa conquista, precisam buscar seu lugar de fala e de direitos, o que passa pelo autoconhecimento, pelas habilidades sociais e pelo uso de estratégias emocionais e comunicacionais que refletem sua saúde mental. Empoderamento feminino e saúde mental são, portanto, dois lados de uma mesma moeda.
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