O básico bem feito. Esta foi a principal conclusão do pós-NRF Retail´s Big Show 2025, evento promovido pelo Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac no dia 18 de fevereiro. Realizado na sede da Casa do Comércio Gaúcho, em Porto Alegre, o encontro trouxe para o público de mais de 500 pessoas presentes, as ideias inovadoras e soluções disruptivas vividas pela comitiva da entidade na maior feira do varejo do mundo, de 12 a 14 de janeiro, em Nova Iorque.
O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, abriu as atividades afirmando que o momento é estratégico para absorver as tendências mais recentes e entender como é possível inovar e adaptar as empresas. “A NRF reforçou um ponto essencial: a capacidade de adaptação é decisiva diante das constantes mudanças no comportamento do consumidor. A tecnologia segue transformando o mercado, mas a grande lição foi clara: mais do que automatizar, precisamos humanizar. O consumidor de hoje busca marcas que ofereçam personalização, autenticidade e propósito. Não basta apenas adotar novas ferramentas—o diferencial está em construir conexões genuínas”, destacou.
“Não pode errar no básico”
A afirmação é de Fabiano Zortea, especialista em estratégias para o desenvolvimento do varejo, com mais de 20 anos de experiência e curador de conteúdo na NRF. A conclusão de Zortea se baseia nas mais de 12 visitas técnicas realizadas pela comitiva no varejo de Nova Iorque.
O “slow retail” ou varejo raiz, as lojas físicas como protagonistas (no Brasil são responsáveis por 85% das vendas totais e nos EUA, 80%) mostrando que é muito mais sobre o que elas estão oferecendo do que uma briga com o digital. Fazer coisas novas, personalizadas, com foco no cliente e usando a tecnologia para entender, detectar e saber o que o consumidor não quer. Conforme Zortea, 88% dos consumidores estão comprando em lojas locais com mais frequência. “Porque querem um design legal de loja, produtos exclusivos, novos serviços, caixa móvel e melhores vendedores. Não pode errar no básico. Se não, ele vai para o digital”, sinaliza o especialista. “Cliente não precisa ir na loja física. Ele tem que querer ir. Use a IA a seu favor”, completou.
Conexão Humana no Varejo: Como Reconquistar o Cliente em Tempos de Digitalização
O primeiro painel da manhã teve a participação de Gilberto Aiolfi, presidente do Sindilojas Missões e vice-presidente da Fecomércio-RS; Renzo Antonioli, presidente do Sindilojas Pelotas e diretor da Fecomércio-RS e com a mediação de Elizabeth Ercolani de Carvalho, gerente de RH do Sistema Fecomércio-Rs/Sesc/Senac.
Antonioli relatou sua experiência na NRF 2025 como feliz. “Fui lá para ser arrasado pela IA. Voltei feliz porque lá vi que a IA é uma ferramenta, um meio que posso usar a meu favor. Pude ver que as grandes marcas do varejo mundial estão preocupadas, como eu, com o atendimento de qualidade, criatividade, equipe capacitada e bem treinada. A tecnologia deve vir atrás do ser humano e não na frente”, concluiu.
Para Gilberto, a experiência na NRF trouxa a certeza de que é preciso ouvir e entender sua equipe e seus clientes, criar relações de confiança. “O melhor e maior ativo de sua empresa são as pessoas”.
Desmistificando a IA no Varejo: Ferramentas Simples para Grandes Resultados
Para fechar a manhã repleta de conteúdo relevante, o segundo painel contou com a participação de Cladir Bono, presidente do Sindilojas Farroupilha e vice-presidente da Fecomércio RS; Gustavo Pilatti, diretor das operações de EAD dos cursos técnicos da Rede Senac e Daniela Favaretto, diretora do Senac Tech com mediação da jornalista Patricia Comunello.
O segundo painel abordou os tópicos: decisão das lideranças de usar ou não IA; Tecnologia e aplicativos e Emprego + IA. Bono lembrou que já se falou que o lojista que não estivesse no digital pereceria. “Em 2022, foi a vez do metaverso e o mesmo prognóstico: lojistas que não usarem, estarão fadados ao fracasso. Em 2025, a conclusão é que a loja física persistirá. Porém, todos na NRF falaram em IA. Onde e como pode ser aplicada? Na relação com o cliente, na automação da loja levando facilidades e conforto para os consumidores, na previsão de demanda de estoque, na otimização da logística, no layout das lojas e nos robôs que farão os serviços burocráticos permitindo, assim, que sua equipe se dedique a atividades mais relevantes para o seu público”, destacou.
Já Pilatti enfatizou que a IA ajuda na produtividade, aumentando em até 40%. “Quem não usar vai ficar para trás. IA é uma parceria para agilizar a tomada de decisões, para reduzir o tempo na fila e otimizar a qualidade do atendimento. Mas, o importante é saber qual é a minha dor e só então aplicar a IA para resolver o problema. Nada substitui o ser humano, a IA é um apoio muito importante”, enfatizou.
Para a diretora do Senac Tech, a IA é um meio e não um fim em si mesmo. “IA não veio para substituir o atendimento humano, nem para substituir a loja física. Veio para nos ajudar. Antes de utilizá-la, pense no que e para que precisa, busque especialistas para implementá-la. E entenda: a Inteligência Artificial não substitui pessoas. Ela amplia suas capacidades”, destacou Daniela.
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