Mesmo com pequena redução no ritmo em agosto (-0,7%), o comércio varejista gaúcho continua sendo o setor que lidera o movimento de recuperação da economia do Rio Grande do Sul após a tragédia de maio. No acumulado do ano, o comércio varejista apresenta crescimento de 7,7%, e no varejo ampliado, que considera os setores específicos do comércio, a alta acumulada até agosto de 2024 é de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em ambos os parâmetros, o Estado apresenta altas maiores do que os índices nacionais.
No entanto, como demonstra o Panorama do Comércio de outubro, organizado pela Federação Varejista do RS, e que analisa os dados da economia de agosto, há preocupação em relação aos próximos meses. Isso porque, no sentido contrário, os setores de Serviços, com queda de -7,4% no Rio Grande do Sul, e de Indústria, também com queda de -0,6% no desempenho de agosto, contrariam as tendências de alta observadas no Brasil.
Também há especial atenção com a tendência de alta na inflação. O IPCA de setembro, em Porto Alegre, foi de 2,86%, ainda inferior aos 3,31% registrados em nível nacional. Setores de alimentação, bebidas e transportes respondem por 42% da inflação dos gaúchos, e habitação e saúde, por outros 27% dos gastos.
Assim como observado desde o início do ano, as compras de produtos básicos seguem destacadas entre os consumidores gaúchos. Os setores de hipermercados e supermercados (13,4%) e de atacados de alimentos e bebidas (12,6%) tiveram, em agosto, crescimentos superiores ao dobro do registrado no país. A alta no varejo também foi observada, mais uma vez, em setores diretamente ligados à reconstrução e retomada da vida normal nas cidades gaúchas.
Móveis e eletrodomésticos tiveram alta de 12,2% no mês no Estado, o triplo do índice nacional. Em materiais de escritório (19,6%), a alta foi cinco vezes maior do que no país. Também em crescimento, o setor de materiais de construção (3,8%) segue a mesma tendência nacional. Por outro lado, segue a queda observada nos meses anteriores em relação a itens como combustíveis e lubrificantes, de -3,8%. Também houve redução neste setor no panorama brasileiro, mas menos acentuada.
O Panorama do Comércio aponta, ainda, a maior redução de inadimplentes no Rio Grande do Sul (-3,11%) em relação ao Brasil (-0,32%) neste período. O saldo de empregos no Estado em agosto foi positivo, de 10,4 mil vagas, somente no comércio, foram 2,4 mil vagas.
Foto: Ramiro Sanchez
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