A Unimed Nordeste-RS inaugura em Caxias do Sul a Casa Semente, a primeira unidade da cooperativa dedicada exclusivamente ao acolhimento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus familiares. Com 500m², divididos em dois andares e área externa, o espaço está localizado na Rua Ambrósio Bonalume, 111 – bairro Cinquentenário. Planejada há dois anos, a instituição investiu cerca de em R$ 2 milhões na estrutura.
O atendimento ao público, que será realizado mediante encaminhamento profissional, iniciará na segunda quinzena de junho. Os acolhimentos ocorrerão de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 19h30 (sem fechar ao meio-dia), e aos sábados de manhã, das 8h às 12h.
A Casa Semente desenvolverá plano terapêutico individual, próprio para crianças com TEA. O protocolo de avaliação indicará as terapias adequadas para cada caso, priorizando a evolução, reconhecendo a individualidade e priorizando a experiência e bem-estar do paciente. O espaço ainda disponibilizará orientação e formação voltadas aos pais e familiares.
A expectativa é que, em média, 150-200 clientes da operadora sejam recebidos por mês. Além do centro de atendimento especializado, todos os beneficiários com TEA, mesmo aqueles não atendidos no espaço, serão monitorados por uma equipe multidisciplinar, com os mais avançados processos e tecnologia. Até o fim do ano, a Unimed ainda deve inaugurar mais uma unidade do serviço, junto ao Espaço +Saúde, também em Caxias do Sul.
“A Casa Semente vem para trazer excelência na assistência de nossos clientes no que se refere ao TEA. Estamos inaugurando um espaço altamente diferenciado e pensado em um atendimento personalizado e humanizado, tanto para os pacientes, como para seus familiares. Além disso, desenvolvemos protocolos assistenciais, em parceria com a Casa TEA Toronto, no Canadá, utilizando ferramentas tecnológicas de última geração, permitindo avaliar a evolução de cada um dos pacientes”, acrescenta o presidente da Unimed Nordeste-RS, Dr. André Leite.
Espaço para acolhimento e desenvolvimento
O novo espaço abriga 11 salas, sendo duas para acolhimento, seis consultórios, além de ambientes para atividade de vivências, sensorial e fisioterapia. Atuarão na Casa Semente 14 profissionais das áreas de terapia ocupacional, psicologia, psicopedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia e intervenção comportamental. Além dos pacientes, haverá também acolhimento psicológico para as famílias.
“A Casa Semente reitera nosso compromisso em sempre oferecer aos nossos beneficiários o que há de melhor na assistência à saúde”, complementa Dr. André Leite.
De acordo com o diretor da Medicina Preventiva da Unimed Nordeste-RS, Dr. Roger Weingartner, a Casa Semente proporciona um olhar especial para as crianças atendidas e, da mesma forma, para suas famílias, por meio de um espaço exclusivo de atendimento. Segundo o dirigente, o ambiente foi projetado para acolher de forma humana e personalizada, o que faz toda a diferença no tratamento e na qualidade de vida de milhares de pessoas envolvidas nessa rede de cuidado.
“Iniciar o tratamento precocemente faz toda a diferença nos cuidados e na qualidade de vida do paciente com TEA, assim como de seus familiares. A ampla estrutura que estamos inaugurando foi pensada para oferecer as melhores técnicas, reunindo múltiplas terapias em um único local e garantindo, assim, mais conforto e comodidade”, enfatiza o diretor.A Casa Semente tem como propósito a individualização no plano terapêutico, visto que o autismo está em um espectro com níveis e necessidades muito diferenciadas, o que demanda avaliações e reavaliações periódicas, por equipe multidisciplinar.
“O alinhamento entre o centro de atendimento especializado, a escola e a família precisam estar em sintonia, inclusive para compreender a evolução do paciente ou a necessidade de correção do plano terapêutico. Assim como em outras situações clínicas, realizaremos acompanhamento com indicadores da evolução do quadro”, pontua Weingartner.
Arquitetura projetada para crianças com TEA
O projeto da Casa Semente foi elaborado para suprir as necessidades específicas do público TEA. Concebido com base nos princípios do design inclusivo, ele considera as características e preferências das crianças autistas, desde a paleta de cores (suaves/pastéis), iluminação sutil e dimerizável, móveis com cantos arredondados, bem como o uso de materiais/acabamentos sensoriais.
O layout foi pensado para facilitar a orientação e minimizar estímulos excessivos. Todos os espaços foram projetados para aceitarem modificações e personalizações de acordo com as preferências individuais e os objetivos terapêuticos de cada criança.
As salas de atendimento são individualizadas, promovendo um ambiente calmo e seguro. As áreas de recepção, circulação e espera são lúdicas, além de transmitirem tranquilidade para as crianças autistas.
“Queríamos proporcionar um ambiente acolhedor, acessível, funcional e terapêutico”, completa Dr. Roger Weingartner.
O que é TEA
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma alteração no neurodesenvolvimento, que está relacionado às esferas motora, linguística e comportamental. Ele tem início nos primeiros anos da infância e persiste na adolescência e vida adulta, embora seus sintomas possam reduzir de modo considerável mediante tratamento. Cada pessoa com TEA apresenta um diagnóstico singular, ou seja, precisa de atenção e tratamento individualizados.
O TEA é caracterizado pelo déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos). Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, ou até mesmo antes, em casos mais graves.
“Há uma grande importância de se iniciar o tratamento de forma precoce, pois quanto antes começam as intervenções, maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida da pessoa”, reforça o diretor da Medicina Preventiva da Unimed Nordeste-RS.
Quais são os sinais de autismo
- Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
- Não atender quando chamado pelo nome;
- Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
- Alinhar objetos;
- Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
- Não brincar com brinquedos de forma convencional;
- Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
- Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
- Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
- Não compartilhar seus interesses e atenção, não apontar para algo ou não olhar quando apontamos para algo;
- Girar objetos sem uma função aparente;
- Interesse restrito por um único assunto (hiperfoco);
- Não imitar;
- Não brincar de faz-de-conta;
- Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.
Foto: Alesi Ditadi
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