Curitiba, maio 2024 – Nos últimos anos temos testemunhado um crescimento no número de mulheres que estão atuando no trânsito, seja como motoristas, condutoras de transporte público, motociclistas ou em outras funções relacionadas. Esse fenômeno representa uma importante mudança nos padrões ditos tradicionais de gênero, e reflete um progresso na inclusão das mulheres em áreas, antes, predominantemente masculinas.
Dados da Secretaria Nacional do Trânsito (SENATRAN) e do Movimento a Voz Delas, destacam que no Brasil, em 2023, 35,48% das CNHs (carteiras de habilitação) válidas eram de mulheres, somando 79,92 milhões de habilitações, enquanto os homens somavam 64,62%. Em relação à categoria E, de veículos pesados, mesmo diante de uma grande diferença entre os gêneros, é nítido o aumento da participação feminina. Em 2022, a Secretaria apontou crescimento de habilitações dessa categoria, que é uma categoria profissional, de 9,01%, em comparação com o ano anterior. A presidente executiva do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP) e idealizadora do Movimento Vez & Voz, Ana Jarrouge, comemora. “Precisamos sempre comemorar as pequenas vitórias para podermos caminhar com ainda mais força rumo ao nosso objetivo, de mais equidade no transporte e no trânsito”.
O mundo (e as vias) evoluíram. Que bom!
Uma das razões para esse aumento pode ser atribuída à busca por independência financeira e igualdade de oportunidades no mercado de trabalho. À medida que as mulheres conquistam mais espaço na sociedade e superam estereótipos de gênero, muitas delas estão optando por profissões que antes eram consideradas exclusivamente masculinas.
Além disso, políticas públicas e programas de incentivo à igualdade de gênero têm contribuído para criar ambientes mais favoráveis à participação feminina, o que inclui o setor de transporte e trânsito. “Iniciativas que promovem a capacitação e o empoderamento das mulheres, assim como a conscientização sobre questões de segurança e igualdade no trânsito, são fundamentais para garantir um ambiente inclusivo e respeitoso”, destaca Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons.
É importante destacar que a maior presença de mulheres no trânsito traz benefícios não apenas para elas, mas para toda a sociedade. Dados apontam que mulheres condutoras são as maiores promotoras de uma cultura de respeito e cooperação no trânsito.
Pioneiras no trânsito
No Brasil, em 1932, as pioneiras a conseguir habilitação para dirigir foram Maria José Pereira Barbosa Lima e Rosa Helena Schorling, em Vitória, Espírito Santo. Rosa ainda conseguiu a permissão para guiar motos em 1933, e Maria Teresa foi a primeira mulher a participar da Fórmula 1.
Foto: Divulgação
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