Praticamente ilhados, os moradores de Santa Tereza tiveram um domingo de avaliação dos danos causados pela segunda enchente ocorrida em 74 dias. Por volta das 11h deste domingo (19), o Rio Taquari já havia recuado praticamente 100% na área central. O que se via pela cidade era muita lama, marcas nas paredes das casas e moradores desolados pela situação que estavam (re)vivenciando.
Mesmo sem ter passado com a mesma fúria do último dia 4 de setembro, data em que ocorreu a maior catástrofe da história do Município, devastando completamente mais de 70 imóveis nas áreas urbana e rural, os rios Taquari e Barra Mansa, que circundam o Município, causaram muitos estragos: praças, ruas, estradas, pinguela e outros pontos sofreram muitos danos. Atrelado a isso, o temporal da noite de sexta-feira (17) provocou o deslizamento de encostas, fissuras na ERS-444, principal ligação de Santa Tereza com Bento Gonçalves, além de inúmeros danos à agricultura.
A única maneira de chegar ao Município neste domingo era passando pela localidade do 40 da Graciema, pertencente a Bento Gonçalves, e por São José de Costa Real e Linha Presidente Soares, pertencentes a Garibaldi. Após, o trajeto precisava ser feito pelas linhas Graciema Alta e 130 da Leopoldina, já em território santa-terezense. Um percurso que, normalmente, é feito em 30 minutos, levava quase 1h, com uma boa parte de estrada de chão.
Bombeiros de municípios da Região, militares do 6º Batalhão de Comunicações, Brigada Militar e alguns voluntários, além dos servidores da Administração Municipal atuaram desde o clarear do dia até noite adentro visando ofertar condições de trafegabilidade, retirar a lama e dar início à limpeza de forma tímida, uma vez que, devido à falta de energia elétrica, as bombas dos poços que abastecem o Município não estavam funcionando. O jeito, para muitos moradores, era buscar água com baldes, nas partes mais altas do Rio, em que ainda tinham acesso, para começar a retirar o lodo.
“Desde muito cedo estamos trabalhando na limpeza e remoção de entulhos. É muita sujeira que a enchente nos deixou e um trabalho que certamente seguirá ao longo dos dias. Além de todos os problemas que temos aqui na sede, temos grandes obstáculos em nosso interior por conta das estradas que foram danificadas pelo temporal da última sexta-feira. Todo nosso Município está sofrendo com a falta de energia e falta de água. Estamos tentando buscar geradores para colocar os poços em funcionamento. São muitos contratempos juntos, que ocorrem não somente em Santa Tereza mas em outros municípios também. Peço ainda cuidado a todos os que estiverem trafegando em nossas estradas. Existem inúmeras barreiras, a situação é bastante deficitária. O serviço é minucioso, lento e, certamente, levará alguns dias para ser executado. Quem quiser colaborar com Santa Tereza, estamos pedindo água, produtos de limpeza e pessoas que queiram vir ajudar na limpeza”, enfatizou a prefeita Gisele Caumo.
Mesmo com os esforços em efetuar a remoção dos entulhos causados pelo deslizamento da encosta em trecho da ERS-444, na Linha Pederneira, a estrada permanecerá interditada até a chegada da equipe de engenharia do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) para verificar a viabilidade de liberação para o tráfego, o que ocorrerá no decorrer desta segunda-feira (20).
Foto: Mônica Reflexo
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