As medidas de enfrentamento à segunda onda da pandemia de Covid-19 adotadas pelo sistema de saúde de Bento Gonçalves vêm sendo eficazes. Realizadas em conjunto, pelo Hospital Tacchini e Secretaria Municipal da Saúde, nesta semana se mostraram certeiras. Segundo relatado pelo superintendente do Tacchini, Hilton Mancio e a médica Roberta Pozza, Diretora da Divisão Hospitalar do Tacchini Sistema de Saúde, em entrevista coletiva na última quinta-feira (18), diminuiu um pouco a demanda por leitos de UTI e a instituição mantém sob controle os estoques de oxigênio e drogas medicamentosas.
Segundo Roberta, do último domingo (13) até ontem (18), diminuiu o número diário de atendimentos na emergência que, no auge da onda, chegou a 40 casos. Na última quinta, até o horário da coletiva, tinham sido prestados oito atendimentos, a UTI estava com 66 pacientes, e uma pessoa na UPA em lista de espera. Na semana passada, 72 pacientes estavam baixados, em estado crítico, em leitos de UTI.
Apesar do pequeno recuo da demanda por leitos de UTI, tanto Roberta como Mancio ressaltaram a necessidade da manutenção do uso de máscara, de hábitos de higiene e da manutenção do distanciamento social. Segundo Mancio, o atual cenário é resultante da integração entre Tacchini e UPA, além do trabalho conjunto das equipes médicas e auxiliares das instituições, “que não tem medido esforços para salvar vidas”.
Já entre as peculiaridades da coletiva, a constatação de Roberta é que tanto na primeira onda, em 2020, como nessa segunda, predominam entre os infectados, pessoas com problemas relacionados à obesidade.
Entrevista com a Secretária de Saúde de Bento
Além do Tacchini, as informações da rede pública municipal sobre o combate a Covid também são alentadoras. A secretária municipal de Saúde, bióloga Tatiane Misturini Fiorio, reporta a situação.
Qual é o atual cenário de atendimento pelo SUS na UPA a casos de Covid em Bento Gonçalves?
Atualmente a UPA está realizando uma média de 580 atendimentos ao dia, entre a UPA e a tenda fast-track. Hoje (19), na UPA, temos 36 pacientes internados, sendo que dois aguardam transferência para UTI.
A tendência para as próximas semanas pode ser a de declínio da curva de novos casos?
Considerando as medidas de restrições impostas, a diminuição da circulação e consequentemente a diminuição da disseminação do vírus, espera-se que a procura por atendimentos estabilize nas próximas semanas e após tenhamos um declínio. Não temos como afirmar com certeza, pois nesse novo ciclo observamos algumas diferenças com os ciclos anteriores.
A UPA está sendo porta de entrada para muitos atendimentos, antes feitos pelo Hospital Tacchini. O que essa demanda está requerendo do poder público municipal, além do remanejamento de profissionais para a UPA, ampliação na estrutura, compra de insumos e equipamentos?
A UPA está sendo porta de entrada para todos os pacientes que necessitarem de atendimento nesse momento. Para que a UPA pudesse absorver toda a demanda, a administração municipal tomou algumas medidas, como fechamento ou diminuição de atendimentos em unidades básicas de saúde, ampliação e fortalecimento das equipes da UPA, aquisição de equipamentos, insumos e medicamentos adicionais, antecipação da obra para o abastecimento de O2, sanitização das principais vias municipais, além da ampliação de ações de fiscalização e conscientização para que pudéssemos ter uma resposta mais rápida.
O início da pandemia, em março do ano passado, acelerou as obras do hospital público regional, junto a UPA. Nessa segunda onda, ocorre o mesmo?
As obras do Hospital público já estavam em andamento e, neste momento, elas não pararam.
Como está o andamento do projeto desse hospital?
Já foi realizada a licitação para a construção do bloco cirúrgico e está em andamento o processo para construção do elevador que fará a ligação entre as estruturas.
Quais são as satisfações e os desafios que você está tendo à frente da pasta?
Minha maior satisfação é ter um prefeito que é da área da saúde, já foi secretário da pasta, entende todas as dificuldades e não está medindo esforços para que possamos superar esse momento difícil com o melhor atendimento à população. É muito gratificante poder estar trabalhando na ponta (município) e ter a possibilidade de ser resolutiva nas questões emergenciais da saúde. O maior desafio é que nenhuma pessoa fique sem atendimento.
Considerações gerais.
Para que possamos passar por essa situação tão difícil é necessária a colaboração de todos. Cada um precisa fazer a sua parte. Todos juntos somos mais fortes e passaremos por esse momento mais rapidamente.